Se um botafoguense ficasse fora do ar em abril e voltasse à vida em dezembro, terminaria o ano feliz e sem os mesmos problemas de saúde do alvinegro que estava acompanhando o time daquele mês até a última partida - Foto: Vitor Silva/Botafogo
Afinal, um time com baixas perspectivas, no fim, beliscou uma vaga na fase preliminar da Copa Libertadores e avançou em relação a 2022, quando ficou na zona da Sul-Americana. É neste prisma que John Textor, proprietário da SAF do Mais Tradicional, se apegou para justificar o enredo da temporada - Foto: Vitor Silva/Botafogo
O Jogada10, claro, se refere ao Campeonato Brasileiro, torneio que deixou traumas na torcida pela forma com a qual o Botafogo entregou o título de bandeja para o Palmeiras (com direito a piscadinha do Marlon Freitas). No entanto, a temporada não é só o Brasileirão... Vamos dar uma repassada agora? Confira na sequência - Foto: Vitor Silva/Botafogo
JANEIRO - O ano começa com o time descansando. No primeiro jogo do ano, uma equipe de B para C, sob o comando de Lucio Flavio, perde para Audax por 1 a 0, com gol do meio da rua, pelo Campeonato Carioca. Os titulares seriam acionados pelo técnico Luis Castro na sequência e, mesmo sem ritmo, venceram os dois jogos: sobre o Volta Redonda e o Madureira - Foto: Vitor Silva/Botafogo
Galera já ficou na bronca cedo: Jeffinho foi para o Lyon, outro clube gerido pela Eagle Holding, empresa de John Textor. O Botafogo não soube se comunicar e, desastrosamente, não informou os valores da transição, alimentando rumores e provocando ódio na torcida, que, em sua percepção, viu o Alvinegro como “clube satélite” - Foto: Vitor Silva/Botafogo Vitor_Silva
Ainda sobre Jeffinho, quando o estrago estava feito, o Glorioso divulgou as cifras e apagou o incêndio. Para sorte do clube, em campo, o time venceu o Fluminense no clássico da rodada, no Maracanã, e diminuiu a tensão - Foto: Vitor Silva/Botafogo
FEVEREIRO - A aflição não deu trégua. O Botafogo, além de ser derrotado por Vasco e Flamengo, viu cinco jogadores serem expulsos nestes clássicos: Adryelsom, Rafael, Carli, Marçal e Tiquinho. O destempero do time, nos dois jogos, deixou tudo mundo preocupado. Antes, o Glorioso estava na briga pela liderança - Foto: Vitor Silva/Botafogo
Fevereiro também marcou o mês de fechamento da janela europeia. O Botafogo teve poucas contratações no período: o zagueiro Segovão, do Independiente Del Valle, do Equador, e o ponta Carlos Alberto, cedido, por empréstimo, pelo América-MG. Mais tarde, chegariam o lateral-direito Di Placido, do Lanus (ARG), também emprestado, além do retorno do atacante Júnior Santos, xodó do técnico Luís Castro - Foto: Vitor Silva/Botafogo
MARÇO: O mês foi conturbado. O Botafogo escapou, por muito pouco, de uma eliminação vexatória diante do Sergipe, na primeira fase da Copa do Brasil. Adryelson, de cabeça, salvou no último minuto. Na fase seguinte, o time passou fácil pelo Brasiliense - Foto: Vitor Silva/Botafogo
Overdose de Portuguesa-RJ! A Zebra se pôs no caminho do Botafogo três vezes. Venceu o primeiro round e tirou o time alvinegro das semifinais do Carioca, trazendo-o, para perto de si, na Taça Rio, torneio de consolação do Carioca. No jogo de ida da semifinal, segurou um 0 a 0. Mas, na volta, a equipe de Luís Castro resolveu jogar bola: 3 a 1 e vaga em uma final que não era para o Glorioso estar disputando. Enquanto isso, os três outros grandes brigavam pelo título carioca - Foto: Vitor Silva/Botafogo
ABRIL: De volta a uma competição internacional após cinco anos, o Botafogo, com um jogador a mais durante o segundo tempo, empatou com o fraquíssimo Magallanes, do Chile, pela Copa Sul-Americana - Foto: Vitor Silva/Botafogo
Para muitos, este resultado, fora de casa, contra os andinos, foi a gota d'água para a demissão de Luís Castro. O técnico passou, então, a sofrer uma brutal campanha de cancelamento orquestrada por influenciadores. A torcida embarcou na onda anti-Castro e pediu, com veemência, a cabeça do treinador - Foto: Vitor Silva/Botafogo
Castro, no entanto, deu a resposta: o time fez mais do que sua a obrigação e venceu as duas partidas sobre o Audax na Taça Rio. Mandou o Ypiranga (RS) embora da Copa do Brasil com autoridade, quando muitos desconfiavam. Pela Sul-Americana, venceu o Vallejo (PER), pela Sul-Americana, se recuperando do tropeço na estreia - Foto: Vitor Silva/Botafogo
No início do Brasileirão, melhor ainda. Três jogos, três vitórias, uma delas, sobre o Flamengo, fora de casa, no Maracanã. Mês invicto, contrariando a histeria da massa alvinegra - Foto: Vitor Silva/Botafogo
MAIO - O Botafogo seguiu avassalador no Brasileirão. Em cinco jogos, venceu quatro e perdeu um. Liderança absoluta. Na Sul-Americana, conquistou mais quatro pontinhos e chegou à liderança da chave - Foto: Vitor Silva/Botafogo
Mas, na Copa do Brasil, levou um 3 a 2 do Athletico-PR, depois de estar vencendo por 2 a 0, na Arena da Baixada, pelo jogo de ida da final da Copa do Brasil - Foto: Vitor Silva/Botafogo
JUNHO - O Botafogo começa o mês com a queda nas oitavas da Copa do Brasil, nos pênaltis, para o Furacão. Mas vence o Paranaense no tempo normal segue empilhando resultados expressivos no Brasileirão, como na vitória sobre o Palmeiras. Líder disparado do Campeonato Brasileiro. Na Sul-Americana, segura, de forma heroica, um ponto na altitude de Quito. Mais um mês invicto - Foto: Vitor Silva/Botafogo
No entanto, veio um baque. Luís Castro, após colocar o Botafogo no topo da tabela, aceita a proposta do Al-Nassr, da Arábia Saudita, e deixa o clube. Sem clima, dirigiu o Glorioso, na última rodada da Sul-Americana (empate com o Magallanes) e ofuscou a despedida de Carli dos gramados - Foto: Vitor Silva/Botafogo
JULHO - Solução criativa? Para impedir que Lucio Flavio ficasse à frente do time, a SAF convoca Cláudio Caçapa, auxiliar do Lyon (FRA), para o cargo interino de treinador e para fazer a ponte entre Luís Castro e Bruno Lage, contratado como novo treinador. Caçapa sai melhor do que a encomenda: quatro jogos, quatro vitórias - Foto: Vitor Silva/Botafogo
Lage, então, pega o Botafogo disparado na liderança no Brasileiro. Na Sul-Americana, faz o protocolar para garantir a vaga encaminhada nas oitavas de final, eliminando o Patronato (ARG). Mais um mês extremamente positivo: cinco vitórias e dois empates - Foto: Reprodução de TV
Na Sula, Diego Hernández (de cabelo platinado), enfim, estreia pelo Glorioso, entrando no segundo tempo. Ele seria extremamente coadjuvante - Foto: Vitor Silva/Botafogo
AGOSTO: O Botafogo mantém a invencibilidade até o último dia do mês e mantém a vantagem extremamente folgada na liderança do Brasileirão. Aliás, concretizou a melhor campanha do primeiro turno, em toda história. Para a lateral direita, trouxe Ponte, jogador uruguaio campeão mundial sub-20 - Foto: Vitor Silva/Botafogo
Em meio a toda euforia, a torcida do Botafogo proporciona festas inigualáveis no Estádio Nilton Santos - Foto: Vitor Silva/Botafogo
Mas, sob o comando de Lage, o Botafogo passa a empatar mais, principalmente, na Sul-Americana, torneio que a equipe tirou o pé para focar no Brasileiro. Passou pelo Guarani-PAR e caiu para o Defensa y Justicia, nas quartas de final - Foto: Vitor Silva/Botafogo
No mês, também perde o centroavante Tiquinho, lesionado. Na época, o artilheiro do Brasileirão e principal figura do campeonato. O clube age rápido e traz Diego Costa, veterano, ex-Atlético de Madrid, Chelsea, Atlético Mineiro e seleção espanhola - Foto: Vitor Silva/Botafogo
SETEMBRO: Tudo começa a ruir. Se o Botafogo passou abril, junho e julho invicto, veio o mês em que só perdeu. Até mesmo no tapatinho, onde, no Brasileirão, estava 100%. Flamengo (casa), Atlético (fora) e Corinthians (fora) escancararam uma série de problemas da era Lage - Foto: Vitor Silva/Botafogo
No meio do balaio do jejum, após o clássico contra o Flamengo, Bruno Lage coloca o cargo à disposição, mesmo com uma vantagem oceânica na liderança. A diretoria contorna a situação, mas o dano já estava feito - Foto: Vitor Silva/Botafogo
OUTUBRO: Lage não resistiria por muito tempo. No empate contra o Goiás, barrou Tiquinho e irritou a torcida. O centroavante voltou no segundo tempo e marcou um gol. A permanência do português torna-se insustentável. Algumas horas depois, ele cai em virtude de um pedido dos jogadores - Foto: Vitor Silva/Botafogo
Sob o comando de Lucio Flavio, nome que ascendeu graças a um pedido do elenco, e com o zagueiro angolano Bastos como opção no banco, o Botafogo volta a vencer: passa por Fluminense e América-MG e volta a ter uma boa gordura na frente da classificação. Rumo ao título? Que nada! - Foto: Vitor Silva/Botafogo
Depois do chamado “Jogo da Parimatch” (empate com o Athletico), tudo volta a dar errado... Só que em proporções muito maiores. Naquele dia, parecia que o Botafogo celebrava o título antes de a bola rolar. Teve DJ, MC, euforia, drone, pirotecnia, camarote do patrocinador bombando, lançamento de camisa amarela e, sobretudo, um clima de “já ganhou”. Só não teve o mais importante... Futebol!
No fim do mês, o Botafogo perde, em casa, para o Cuiabá, com uma falha bisonha de Perri, outra grande figura da campanha no primeiro turno - Foto: Vitor Silva/Botafogo
Naquele momento, alguns jogadores que conduziram o Botafogo ao topo tiveram uma queda drástica de rendimento. Exemplos de Perri, Cuesta, Adryelson, Marçal, Freitas. Eduardo e Tiquinho - Foto: Vitor Silva/Botafogo
NOVEMBRO: Certamente, o pior mês na vida esportiva dos botafoguenses. O time abre 3 a 0 sobre o Palmeiras, jogando um futebol de almanaque. Perde, no fim, de 4 a 3. Em seguida, cai para o Vasco e repete o enredo contra o Grêmio: o 3 a 1 vira 4 a 3 para o adversário. É a pipocada se formando. Em seguida, deixa escapar a vitória sobre o Bragantino nos acréscimos: 2 a 2 - Foto: Vitor Silva/Botafogo
Apaniguado pelo elenco alvinegro, Lucio Flavio é demitido. Com ele, o Botafogo, enfim, perde a liderança e começa a entregar o título ao Palmeiras. Para o lugar do Passageiro da Agonia, o clube contrata Tiago Nunes, técnico com boa passagem pelo Athletico-PR, mas que deixou a desejar em Corinthians, Grêmio e Ceará - Foto: Vitor Silva/Botafogo
Com Nunes, o Botafogo, com um jogo a menos, ainda tem a chance de recuperar a liderança. No entanto, com uma atuação apática, empata com o Fortaleza e fica atrás do Palmeiras - Foto: Vitor Silva/Botafogo
Para aumentar a crueldade com o torcedor, o Botafogo deixa de vencer mais dos jogos, sempre com gol nos acréscimos. Os empates com Santos e Coritiba tiram, finalmente, o time da disputa por títulos - Foto: Vitor Silva/Botafogo
DEZEMBRO: Dois jogos a mais de tortura e fim melancólico: o Botafogo empata com o Cruzeiro e perde para o Internacional. Termina o Brasileiro na quinta colocação. Assim, para jogar a fase de grupos da Libertadores, terá que passar por quatro compromissos eliminatórias da competição. Vai entregar? - Foto: Vitor Silva/Botafogo
Por fim, um ano que iludiu o torcedor. Para 2024, o Botafogo não anunciou reforços e ainda pretende manter a espinha dorsal de sua pipocada. Como dizia o poeta,
O Botafogo, por incrível que pareça, somou três meses sem perder (abril, junho e julho). Ou seja, um 1/4 do ano. Mas também amargou meses de jejum, como setembro e novembro - Foto: Vitor Silva/Botafogo
