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BRASILEIRO 2022

Vítima de tragédia no passado, Brasil de Pelotas teve pouca ajuda para se reerguer

Acidente de ônibus no Rio Grande do Sul matou três pessoas da equipe gaúcha em 2009

Futebol|Dado Abreu, do R7

Brasil de Pelotas prestou homenagem em seu site oficial
Brasil de Pelotas prestou homenagem em seu site oficial

A queda do avião que levava a Chapecoense e vitimou 71 pessoas é a maior tragédia na história do esporte. A delegação da equipe estava a caminho do aeroporto José Maria Córdova, em Medellín, onde o time catarinense enfrentaria o Atlético Nacional pela final da Copa Sul-Americana, quando a aeronave caiu na cidade de La Union (a 40 km do seu destino).

O caso trouxe à tona outro triste episódio ocorrido com um clube brasileiro. No dia 15 de janeiro de 2009, um acidente com o ônibus que transportava o time do Brasil de Pelotas matou três pessoas no Rio Grande do Sul. O veículo despencou por um barranco de 40 metros e Cláudio Milar, maior ídolo da torcida xavante, o zagueiro Régis e o treinador de goleiros Giovani Guimarães foram as vítimas. Outras nove pessoas ficaram feridas.

Entre os passageiros estava o ex-goleiro Danrlei, que encaminhava os momentos finais de sua carreira como jogador. “Quando o ônibus parou de capotar a minha primeira percepção foi ‘estou vivo’. Foi uma espera tão grande em parar de girar que eu já tinha perdido a esperança. Aquele momento demorou uma eternidade. Deu um desespero de que aconteceria o pior”, lembrou o ex-jogador.

A tragédia na rodovia RS-471 foi um divisor de águas na história do Brasil de Pelotas. Ainda em 2009, poucos dias depois da fatalidade, a equipe em luto se viu obrigada a entrar na disputa do Campeonato Gaúcho temendo o agravamento de uma crise financeira que assolava os cofres do clube. No entanto, abalados pelo ocorrido os jogadores não conseguiram render em campo e o Brasil caiu para a segunda divisão do Estadual. Era o nocaute do combalido Índio Xavante.


“Foi um período muito difícil. Nós tínhamos um time jogando e outro no hospital”, conta Hélder Lopes, presidente do Brasil de Pelotas na época, sobre a recuperação dos feridos. “Além da questão humana nós tivemos de lidar com a parte financeira e administrativa. E não tínhamos outra saída. O acidente aconteceu há quatro dias do início do Campeonato Estadual e nós precisávamos pagar as contas, a folha salarial e todos os compromissos acordados. Isso além das despesas médicas”, lembra.

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Na época os rivais Grêmio e Internacional se solidarizaram com a tragédia e cederam dois jogadores emprestados ao Brasil de Pelotas. Porém, no final a ajuda financeira recebida pelos xavantes acabou sendo bem pequena.


“O momento era complicado porque não haviam jogadores disponíveis, a temporada já estava começando e as equipes todas estavam montadas. E a ajuda financeira prometida também ficou aquém do esperado e do que nós necessitávamos”, lembra o ex-presidente, que revelou o auxílio no valor de R$ 50 mil por parte da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e do extinto Clube dos 13. Algumas empresas privadas e dois agentes de jogadores também ofereceram um aporte.

“Não quero ser ingrato e nem pessimista com o que vai acontecer com a Chapecoense. É uma tragédia de proporções diferentes e o clube também se encontra em um momento distinto do nosso em 2009. A Chapecoense está na Série A do Brasileiro, disputando a final da Copa Sul-Americana. Tudo isso gerou uma comoção internacional, não sei o quanto isso pode sensibilizar. Acredito que sim. Presto meu apoio e espero que a diretoria do clube tenha serenidade para lidar com a situação”, completou o ex-presidente do time gaúcho.

Atualmente o Brasil de Pelotas comemora um bom momento em sua retomada. Em 2016 o time fez ótima campanha na Série B do Campeonato Brasileiro e esteve próxima do acesso à elite nacional. Porém, faltou chegada e o time acabou apenas na 11ª colocação. Mas, em 2017 os xavantes terão muito mais o que comemorar. A equipe será uma das três representantes do Rio Grande do Sul na Primeira Liga e disputará novamente a elite do Gauchão.

O retorno à elite do Brasileiro? Ficou para 2018, quando, quem sabe, a torcida de todos os clubes não tenha a alegria de presenciar um duelo entre Chape e Brasil de Pelotas. Seria lindo. E muito comemorado no céu por um grupo especial de chapecoenses e xavantes.

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