Tuma Júnior quer superintendência de futebol no Corinthians
Delegado, cabeça da chapa 'Democracia Corintiana Participativa', quer usar CIDs para quitar dívida e processar Odebrecht por envolver clube na Lava Jato
Futebol|Cesar Sacheto, do R7
Romeu Tuma Júnior, 57 anos, é delegado de polícia e foi deputado estadual (2003 a 2007). O candidato foi diretor de futebol do clube entre 1994 e 1995.
Tuma tem como prioridades criar um espaço físico para a atuação do Conselho Fiscal do clube, em cumprimento das exigências do Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro).
Também quer eleger um prefeito para o Parque São Jorge e revitalizar a sede social, considerada por ele como abandonada.
Confira as ideias do candidato sobre alguns dos temas mais importantes na gestão do Corinthians:
"Com a Odebrecht, temos que cobrar R$ 250 milhões em obras não feitas e malfeitas. Também têm os danos materiais e morais. Materiais porque nos causaram prejuízos, e morais porque envolveram o nome do Corinthians na Operação Lava Jato.
A gente quer negociar com a Odebrecht '0 a 0'. Eles acham que o Corinthians deve para eles e nós achamos que eles devem para nós. Temos que tirá-los de lá. Se acharem que tem dívida, eles devem ir à Justiça, porque não vamos usar o Conselho Arbitral, que é caro, demorado e tem corrupção. Deve haver uma negociação que cada um fica com o seu prejuízo.
Com a Caixa, a dívida sem juros é de R$ 420 milhões. Como temos esse valor em CIDs da Prefeitura de São Paulo e a Caixa deve para a administração municipal em IPTU de agências bancárias, ISS – cerca de R$ 450 milhões –, temos que negociar com a Caixa e a prefeitura para que os papeis da CID passem para a Caixa e o banco pague a prefeitura. Uma transação de papeis que quita a dívida dos três."
"Estou negociando isso. Não acho que tem que vincular os naming rights no financiamento da Caixa [dívida do clube]. Tem que resolver o imbróglio da arena, negociar a dívida com a Caixa, a Odebrecht e os naming rights têm que ser integralmente para o clube. O que eles tentavam fazer – pegar os namings, transferir para a Caixa – era apenas transferir o problema de lugar, ficar vinculado com esses valores. O Corinthians tem que resolver o imbróglio da arena."
"Muda estruturalmente. Vamos criar uma superintendência do futebol, na qual estarão vinculados o profissional, a base, o feminino e vamos criar o futebol master, com profissionalização, contratações de ex-atletas, pagamento de salários, plano de saúde para que, quando contatarem o master, procurem o Corinthians e não um grupo político. Além disso, cada modalidade de futebol terá, além do diretor, um gerente administrativo e uma gestão igualitária."
"Vamos manter a comissão técnica atual, dar condições para que o Alessandro [gerente de futebol] possa contratar assessores. Vamos dar as condições para trabalharem com tranquilidade. Quem contrata e indica é a comissão técnica. O presidente pode conversar, mas essa história de amigo do presidente e empresário dar palpite vai acabar. A comissão técnica indica as necessidades e a gente vai atrás. Esse negócio de terceiro empurrar jogador vai acabar. Empresário receber comissão para apresentar jogadores também vai acabar. Não vamos mais admitir que empresários tenham passe dos nossos atletas."
"Muda a forma de trabalhar as categorias de base. O jogador da base será 100% do Corinthians. Com algumas exceções, no máximo 80%, porque, às vezes a safra de jogadores não forma um lateral ou centroavante e você tem que buscar no mercado. Então, você deixa 20% de comissão para o clube formador. Vamos acabar com intermediários."
"Vamos colocar em atividade os esportes olímpicos, trazer patrocinadores, colocar o Corinthians para disputar campeonatos. É inadmissível o Corinthians não ter os esportes olímpicos disputando campeonatos e, pior que isso, algumas modalidades jogando de 'barriga de aluguel' – como o futebol feminino, jogando com camisa emprestada, em Osasco, ou o vôlei masculino jogando com camisa emprestada em Guarulhos – sem trazer nenhum recurso e afastando o nosso público.
Isso é muito importante: o Corinthians resgatar a nossa história. O basquete, por exemplo, já foi campeão e voltou agora com poucos recursos. O Corinthians precisa estar disputando campeonato em todas as categorias olímpicas, porque isso é fator de venda, de expansão da nossa marca e atrativo para patrocinadores. Vamos reativar tudo isso."