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Torcedores do Corinthians querem volta de jogos no Pacaembu

Ideia tem sido defendida por membros da Gaviões, como a irmã do fundador da torcida e crítica da Arena, por causa das dívidas e da elitização

Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7

Pacaembu é preferência de muitos torcedores
Pacaembu é preferência de muitos torcedores Pacaembu é preferência de muitos torcedores

O Corinthians, a princípio, parece estar tentando separar a administração do futebol das obrigações contratuais do clube, em relação ao estádio em Itaquera, inaugurado em 2014.

As dificuldades financeiras pelas quais o clube passa, no entanto, aliadas ao descontentamento de boa parte da torcida, por causa de uma tendência de elitização do estádio, têm feito crescer o desejo de torcedores verem novamente o Corinthians jogar no Pacaembu, após a pandemia.

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Claro que, para eles, se trata de uma possibilidade remota, em função das questões burocráticas. Seria muito difícil repassar a dívida, por exemplo, para a Prefeitura, que neste momento tem justamente buscado se livrar deste tipo de pendência administrativa, tendo repassado, inclusive, a administração do próprio Pacaembu para uma empresa privada.

Isso, no entanto, não esconde um desejo real de torcedores em voltarem a frequentar o estádio, que acabou tendo sua história misturada à do clube, conforme afirma Wanda La Selva, irmã do fundador da Gaviões da Fiel, Flávio La Selva, e sócia da torcida organizada.

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"Acho que nunca deveríamos ter saído do Pacaembu. Quando a Gaviões foi fundada, a opção pela sede no Bom Retiro levava em conta a facilidade de acesso ao Pacaembu e ao próprio Parque São Jorge. Já havia a ideia de um outro estádio, mas readaptando o Parque São Jorge, não tão longe e não nessa proporção. O Pacaembu sempre foi um estádio do Corinthians", afirma.

A ideia tem sido defendida por membros da mais famosa torcida organizada do clube. Neste sentido, Wanda considera que todas as questões financeiras envolvendo a arena em Itaquera, os altos custos e as dificuldades do clube esfriaram o prazer do torcedor em acompanhar os jogos no local.

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"A arena acabou desmotivando muitos corintianos. Desgastou, por, apesar de se situar em uma região tradicionalmente corintiana, não ser frequentada pela massa de corintianos. Com o ingresso muito caro, virou um local elitizado. Isso tudo tem dificultado para muita gente", ressalta.

O estudante Diogo Idelsohn Cícero de Sá, de 17 anos, faz parte de uma geração que vivenciou tanto grandes momentos no Pacaembu quanto o início da jornada corintiana na arena.

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Para ele, no entanto, o Pacaembu tem um encanto especial, uma energia que faz a torcida se aproximar ainda mais do time. 

Foi lá que, naquelas noites no meio da semana, quando o bairro calmo dá vazão ao clamor da torcida, Diogo testemunhou jogos emocionantes, na campanha corintiana que levou à conqusita do Brasileiro de 2011, por exemplo. Um deles foi a difícil vitória sobre o Inter-RS, por 1 a 0, gol de Willian. O outro, foi o empate com o Vasco, por 1 a 1.

"Neste momento, voltar a jogar só no Pacaembu é algo muito difícil. Mas frequentei o Pacaembu e frequento a arena em Itaquera e sempre tive o Pacaembu no meu coração", analisa.

Em seguida, sugere.

"Seria interessante se o Corinthians conseguisse negociar com o fundo imobiliário para ter uma gestão compartilhada com alguma empresa, já que não está conseguindo fechar o 'naming rights'. Nesta gestão, o Pacaembu poderia entrar no pacote e o Corinthians jogar metade de seus jogos lá, dando a oportunidade de a arena realizar outros eventos e obter receita. Os torcedores ficariam satisfeitos".

Já para o médico Ubiratan Mendonça Junior, sócio do Corinthians, uma hipotética volta dos jogos no Pacaembu é em parte bem-vinda, mas deveria ser analisada como uma segunda opção. Para tanto, segundo ele, a diretoria deveria encontrar soluções para gerir melhor a arena, no sentido de ampliar as receitas.

"Temos a arena que é um sonho realizado e nossa verdadeira casa, porém na minha opinião é muito subutilizada. Está situada em uma região com milhões de habitantes com carência de espaços para shows, feiras de eventos e demais atividades. Podem ser feitas as alterações necessárias na arena para viabilizá-la e torná-la multifuncional", afirma.

Nesta linha de raciocínio, quando o novo estádio estivesse ocupado, o Corinthians, então, reencontraria o seu velho estádio.

"Não vejo problema algum o Corinthians ter como plano B o Pacaembu. Uma ótima opção e praticamente nossa casa também. Seria muito bem-vindo este plano B quando a arena estivesse sendo utilizada", completa.

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O Corinthians tem a obrigação contratual de direcionar toda a receita do novo estádio, avaliado em cerca de R$ 1,2 bilhão, aos que o financiaram. A receita engloba bilheteria, direitos comerciais (camarotes, bares e lojas licenciadas) e naming rights, e visa a pagar a dívida contraída com o BNDES, que inclui encargos da Caixa Econômica Federal, cuja taxa de juros é de cerca de 8,5% ao ano.

Quem recebe o pagamento é o fundo imobiliário Arena FII, administrado pela construtora Odebrecht e pela Caixa Econômica Federal. Do valor total do estádio, descontam-se, nesta dívida, os R$ 420 milhões obtidos em incentivos fiscais da Prefeitura.

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