Protegido por Textor, Renato Paiva encara semana decisiva no comando do Botafogo

Renato Paiva terá uma semana decisiva pela frente. O Botafogo enfrenta o Estudiantes, nesta quarta-feira (23), pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores, na Argentina. Os clubes estão empatados no Grupo A da competição, ambos com uma vitória e uma derrota, e brigam de forma direta pela segunda colocação do grupo, que é liderado pelo Universidad de Chile.

No sábado (26), o Alvinegro tem um clássico contra o Fluminense, no Estádio Nilton Santos, pela sexta rodada do Brasileirão. A campanha do atual campeão do Campeonato Brasileiro tem sido decepcionante até aqui. O clube ocupa a 15ª colocação, com apenas uma vitória nas cinco primeiras rodadas.

Desde que venceu o Carabobo, da Venezuela, pela segunda rodada da Libertadores, a equipe não sabe o que é vencer. O Botafogo vem de duas derrotas, para o Bragantino por 1 a 0 e para o Atlético Mineiro, também por 1 a 0, e de um empate com o São Paulo por 2 a 2.

A expectativa da torcida alvinegra pela continuidade da campanha vitoriosa da última temporada coloca um grande peso nas costas de Renato Paiva, que chegou há dois meses. A diretoria do Alvinegro entende que o rendimento abaixo do esperado pode ser justificado pelo período de adaptação dos reforços. Após os títulos da Libertadores e do Brasileirão, em 2024, o clube se despediu de 20 jogadores, incluindo dois titulares absolutos: o Rei da América, Luiz Henrique, e o meia Thiago Almada.

Defesa da diretoria

O dono da SAF do Botafogo, John Textor, defendeu o trabalho do técnico português. Em resposta a uma publicação nas redes sociais, o empresário norte-americano disse que a temporada ainda está no início e se caso necessário, ele fará os ajustes precisos no elenco em junho, na janela de transferência para o Mundial de Clubes da Fifa, disputado entre o dia 1º até 10 de junho.

“Nosso treinador é muito competente, e, neste momento, os jogadores é que não estão executando como deveriam. [...] Eu confio no treinador, confio no sistema dele, e nossos jogadores sabem muito bem a responsabilidade que carregam. A temporada ainda está no início, mas essa tradição de pânico é bastante antiga. Vamos nos empenhar para melhorar, e faremos os ajustes necessários em junho. Assim como no ano passado.”, disse Textor.

O Botafogo reconhece internamente que algumas peças não estão funcionando no elenco atual. A principal crítica é quanto a conclusão de jogadas ofensivas. O Alvinegro é o terceiro pior clube para definir jogadas neste início de Brasileirão. Com apenas 16 gols marcados em 19 jogos em 2025, o clube carioca é o time da Série A que menos balançou a rede na temporada. Em média, o Botafogo precisa chutar 20,5 vezes para marcar gols na competição.

O setor defensivo também apresenta carências devido aos desfalques por lesão. Jair sentiu um problema no tornozelo diante da derrota para o Atlético Mineiro, neste final de semana, e ficará fora do jogo contra o Estudiantes. Bastos está fora desde a partida contra o Nova Iguaçu, no dia 6 de fevereiro, pelo Campeonato Carioca. Ele sofreu um trauma no joelho esquerdo e não tem previsão de retorno. Já Barboza deve voltar a campo, nesta quarta-feira. O zagueiro viajou com o elenco para a Argentina.

E os reforços?

Após a expulsão de David Ricardo em sua primeira partida pelo Botafogo no Brasileirão, Renato Paiva escolheu Alex Telles, Mateo Ponte, Danilo Barbosa e Patrick de Paula para entrarem e deixou de fora, mais uma vez, reforços como Rwan Cruz, Elias Manoel e Mastriani.

Em entrevista pós-jogo, Paiva disse que suas opções para o time titular não estão relacionadas aos valores investidos pelo clube, que investiu quase R$ 500 milhões nesta janela de transferências.

“Eu não coloco jogadores porque custam 50 milhões. David Ricardo jogou e não custa 50 milhões. O scouting do Botafogo é à prova de bala. Basta ver atrás ou só vemos o que se erra? Não podemos ver só o que se erra, mas o que se acerta também.”, disse o treinador.

*Sob supervisão de Camila Juliotti