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BRASILEIRO 2022

Suposta propina pode fazer Globo faturar bilhões com futebol

Segundo delator, emissora teria pago R$ 50 milhões de forma ilegal

Futebol|Dado Abreu, do R7

Venda dos direitos de transmissão da Copa está sob suspeita
Venda dos direitos de transmissão da Copa está sob suspeita

Acusada por um dos delatores do escândalo de corrupção da Fifa de pagar US$ 15 milhões em propinas (cerca de R$ 50 milhões) para garantir exclusividade na transmissão das Copas de 2026 e 2030, a Rede Globo deve faturar alto com o futebol em 2018. Muito alto. Cifras que possivelmente atingirão à casa dos bilhões. Segundo informações do diário Meio e Mensagem, a emissora carioca colocou no mercado pacotes comerciais para patrocinadores que podem render cerca de R$ 2,4 bilhões em receita.

São dois diferentes produtos oferecidos: um exclusivo à Copa do Mundo e outro que engloba as demais competições futebolísticas televisionadas pela emissora na próxima temporada — Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Copa Libertadores da América, Campeonatos Estaduais, Copa Sul-Americana e amistosos da seleção brasileira. Ambos têm seis cotas de patrocínio.

Ex-executivo tinha procuração da Globo para negociar com CBF e Fifa

As empresas que quiserem relacionar suas marcas com a veiculação da Copa da Rússia deverão desembolsar R$ 180 milhões cada. Já no plano “Futebol 2018”, para os demais torneios, os valores anuais são de R$ 230 milhões. Deste modo, caso todas as cotas sejam comercializadas pelo valor de tabela o grupo de mídia poderá arrecadar mais de R$ 2 bilhões. O montante é muito maior do que os supostos R$ 50 milhões de propina que o delator argentino Alejandro Burzaco indicou que a Rede Globo pagou.


Para o especialista em marketing esportivo Fernando Trevisan, diretor-geral da Trevisan Escola de Negócios, grande parte da receita da TV aberta está relacionada ao futebol e por isso os direitos de transmissão são tão caros.

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"Eventos esportivos geram enorme audiência e são extremamente valiosos. Ainda mais se tratando de Copa do Mundo. Por isso, a competição no mercado tem se tonado feroz, o que pode, teoricamente, criar um ambiente favorável ao pagamento de propinas, como relatou o delator no Caso Fifa", explicou Trevisan. "Enquanto nada for comprovado, o Mundial da Rússia continuará sendo um ativo valioso e empresa alguma deixaria de associar sua marca a um evento com este potencial. Pudemos acompanhar isso com a própria CBF."


De acordo com o delator Alejandro Burzaco, ex-diretor da empresa de marketing Torneos y Competencias, o dinheiro da Globo teria sido enviado por meio do ex-diretor Marcelo Campos Pinto para a T&T, braço na Holanda da empresa de Burzaco em associação com a brasileira Traffic, de J. Hawilla, e posteriormente repassado para uma conta na Suíça de Julio Gronoda, ex-presidente da Associação de Futebol Argentino e ex-vice-presidente da Fifa responsável por cuidar dos direitos de transmissão para a América Latina. O dirigente morreu em 2014.

Em documento obtido pelo R7, Burzaco cita a emissora carioca ao menos 14 vezes em seu depoimento à juíza Pamela Chen, que comanda o caso da Fifa no Tribunal do Brooklyn, em Nova York, Estados Unidos.


Por nota, a Rede Globo negou todas as acusações de Burzaco e afirmou que "não é parte nos processos que correm na Justiça americana". O executivo argentino está em prisão domiciliar desde 2015, pagou multa de US$ 21 milhões (R$ 69,5 milhões) e aguarda a decisão de sua sentença.

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