São Paulo treina com 18 mil pessoas no Morumbi para Choque-Rei

Tricolores aproveitaram para incentivar time antes de clássico na casa do rival

26/08/2017 - 11h39 (Atualizado em 20/04/2024 - 16h12)

No Estado de São Paulo, a lei determina que os clássicos devem ser realizados com torcida única. Sem poder ir ao Allianz Parque apoiar o time neste domingo (27), são-paulinos foram ao treino do time no Morumbi prestar apoio ao elenco. Segundo a Polícia Militar, 18 mil pessoas compareceram ao estádio.

EsportesR7 no YouTube. Inscreva-se

Para entrar, o torcedor deveria doar 1kg de alimento não perecível. No total, foram arrecadadas 12 toneladas, que serão doadas à Cruz Vermelha.

A presença da torcida e a festa realizada com bandeiras, sinalizadores, fogos e faixas emocionou os jogadores. ""É de arrepiar. É minha motivação para amanhã, sem dúvidas", disse o meia Petros.

‌

O ídolo Hernanes também valorizou o apoio da massa tricolor nos jogos e no treino deste sábado (26). "A torcida tem feito algo extraordinário. Desde que retornei, tenho visto algo que nunca vi", contou o camisa 15.

O treino fez parte da preparação do São Paulo para o clássico diante do Palmeiras. Com retrospecto ruim na arena do rival - o Tricolor nunca venceu o alviverde no Allianz Parque -, Petros espera encerrar o estigma e subir na tabela. "É hora de a gente quebrar esse tabu. Vamos fazer um grande jogo", declarou.

O livro "Football's Secret Trade: How the
Player Transfer Market was Infiltrated", escrito por Alex Duff e Tariq Panja
(2017, Bloomberg Press) revela os bastidores das transações no mundo do futebol. Neymar, como negociação mais cara da história, é um dos personagens. Sua venda foi apenas a
ponta do iceberg de um mercado desregulado, sem controle e
monitorado por uma entidade com sua reputação arrasada: a Fifa

EsportesR7 no YouTube. Inscreva-se

Ambos os autores mergulharam por anos no submundo do futebol para descobrir como a
matéria-prima do jogo, o atleta, passou a fazer parte de um esquema globalizado
de bilhões de dólares e sem um controle claro

Com dados e histórias sobre dezenas de casos de jogadores e seus
empresários, Alex Duff e Tariq Panja chegaram à constatação de que "autoridades do
futebol perderam o controle sobre o mercado de transferência, permitindo que
indivíduos de todas as partes do mundo somem lucros a partir de um esporte que
faz parte do coração de milhões de pessoas pelo mundo"

Tariq Panja foi, por anos, o correspondente da Bloomberg no
Rio de Janeiro e hoje é considerado um dos jornalistas que mais conhecem os
negócios do futebol e seu submundo

O próprio caso de Neymar,
mesmo antes da compra pelo PSG, já era apontado no livro como o exemplo claro
de um produto alvo de um leilão mundial, sem regras nem pudores. "Neymar
se tornou a commodity que os grandes clubes do mundo queriam", aponta a
publicação

Os autores contam como o
empresário brasileiro Wagner Riberto levou o jogador, ainda com 14 anos, para
visitar o Real Madrid

Pouco depois daquele episódio, Neymar assinaria seu primeiro contrato com o Santos. Em seguida, numa primeira renovação, o Santos garantiu ao craque 40% dos futuros ganhos com uma eventual venda ao jogador, antes mesmo de a transferência ocorrer e mesmo sem saber se o talento vingaria. "Antes de seu 18º aniversário, Neymar já era um milionário", contam os autores, apontando para o "dote" inicial de R$ 5 milhões ao jogador

À medida que os gols apareciam, a fila de investidores surgia
para obter um pedaço dos direitos de uma futura transferência. Nos meses
seguintes, as viagens para a Europa também passaram a ser frequentes para o
estafe de Neymar e, principalmente, para seu pai. Numa delas, quem os recebia
era Roman Abramovich, dono do Chelsea

Para acompanhar a seleção brasileira com Neymar, o preço é de R$ 1.800 para todos os jogos. Se a opção for pelo ingresso mais barato, o torcedor deverá desembolsar R$ 740

Caso repita o gesto na Copa do Mundo, Neymar pode se complicar. De acordo com o advogado Gustavo Lopes, mestre de direito esportivo, em entrevista à Folha de S. Paulo, as regras da Copa não permitem esse tipo de propaganda

Luis Alvaro ainda revelou que a carta que ele assinou autorizava o craque a
conversar com outros clubes, e que ele não poderia fechar a negociação sem o aval do
Santos

A janela de transferências dos principais centros da Europa está oficialmente fechada e várias contratações deram o que falar neste período. A principal delas foi a ida de Neymar para o PSG, em negócio que custou mais de R$ 820 milhões aos cofres do time francês. Perdeu alguma outra transferência? Confira tudo que rolou no Mercado da Bola

EsportesR7 no YouTube. Inscreva-se

E foi isso que o Barcelona fez em 15 de novembro de 2011. Para
garantir o acerto, o clube orquestrou uma engenharia de contratos que acabou
levando todos aos bancos dos réus e demonstrou a falta de controle que pode
existir nas transferências de jogadores pelo mundo

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke concedeu entrevista coletiva no Rio de Janeiro (RJ) nesta quinta-feira (10) e teve que responder a várias perguntas sobre a possibilidade de haver manifestações durante a realização da Copa do Mundo de 2014.

O "pai" desse
sistema, segundo os autores, teria sido o empresário Juan Figer. "Foi ele
quem liderou o caminho para que grandes e pequenos o seguissem", indicou.
Ao longo do anos, ele passou a alugar clubes inexpressivos no interior do
Uruguai para justificar transferências milionárias

À medida que Brasil,
Argentina, Uruguai e mesmo a Fifa fechavam o cerco contra essas práticas, Figer
modificou sua estratégia para continuar lucrando e encontrou num clube de
segunda divisão de Portugal, Portimonense, o caminho para comercializar seus jogadores,
como se fossem de um time

Assim, de um clube com um
público médio de 3 mil pessoas e mais de cem anos de histórias sem títulos, o
Portimonense começou a registrar a venda de jogadores para grandes times e com
valores milionários. De acordo com a publicação, esses jogadores jamais atuaram
por essas equipes

Exemplos de manobras para
contornar as regras não faltam. Um deles, também mencionados no livro, foi a
atuação do iraniano Kia Joorbachian e Media Sports Investments (MSI) no Brasil

Foi a venda de Carlos Tevez
e Javier Mascherano, do Corinthians para o West Ham, que abriu a maior crise da
história recente da Premier League, responsável por organizar o Campeonato
Inglês. No livro, os autores apresentam documentos inéditos sobre como o West
Ham mentiu sobre quem, de fato, controlava os jogadores

Um dos trechos do livro
deixa claro a desconexão existente entre a economia real e o mundo do futebol.
Ao se reunir com o empresário brasileiro Eduardo Uram, que teria cerca de 120
jogadores sob seu comando, o executivo foi questionado por Panja se a pior
recessão na história recente do Brasil afetava seus negócios. Com um charuto
cubano na boca, Uram deu uma baforada e disse: "Isso é o quanto eu sinto a crise"

O livro "Football's Secret Trade: How the Player Transfer Market was Infiltrated", escrito por Alex Duff e Tariq Panja (2017, Bloomberg Press) revela os bastidores das transações no mundo do futebol. Neymar, como negociação mais cara da história, é um dos personagens. Sua venda foi apenas a ponta do iceberg de um mercado desregulado, sem controle e monitorado por uma entidade com sua reputação arrasada: a Fifa EsportesR7 no YouTube. Inscreva-se