São Paulo promete pagar salário de Daniel até fim de contrato
Meia, que foi assassinado em Curitiba, tinha vínculo de empréstimo com São Bento até final do ano; sindicato diz que honrar compromisso é praxe
Futebol|André Avelar e Carla Canteras, do R7
Morto no último final de semana, Daniel Corrêa estava emprestado pelo São Paulo ao São Bento até o fim do ano. Mesmo com o assassinato do jogador, na região metropolitana de Curitiba, o Tricolor prometeu pagar sua parte do salário à família do atleta.
O jogador também recebia do time sorocabano uma pequena parte da quantia do seu salário. Em contato com o R7 ainda na última segunda-feira (29), o presidente Márcio Rogério Dias disse que o momento era de “confortar a família” e iria tratar do assunto futuramente. O dirigente não atendeu as ligações ou respondeu as mensagens da reportagem desde então.
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Já o presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo, Rinaldo Martorelli, explicou que os clubes não seriam exigidos por lei a cumprir o restante do contrato. Ainda assim, preferem honrar os vencimentos por uma “atitude solidária” além de ajudar com traslado do corpo e enterro.
“Teoricamente, o contrato é rompido. O clube não é responsável pelo o que o atleta fez em um momento que estava fora das atividades profissionais. Não dá para exigir, mas é sempre legal que ele cumpra o contrato e ajude a família de alguma forma”, disse Martorelli.
Além disso, a Lei Pelé garante que são “direitos e deveres das partes contratantes, inclusive garantia de seguro de vida e de acidentes pessoais para cobrir as atividades do atleta contratado”. No caso de Daniel, a família do jogador será a beneficiaria.
“As entidades de prática desportiva são obrigadas a contratar seguro de vida e de acidentes pessoais, vinculado à atividade desportiva, para os atletas profissionais, com o objetivo de cobrir os riscos a que eles estão sujeitos”, diz a redação do Artigo 45.
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Daniel foi encontrado morto em São José dos Pinhais (PR), na manhã do último sábado. O corpo do atleta tinha sinais de tortura, com o pescoço quase decapitado e a genitália arrancada. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de crime passional.
Daniel chegou ao São Paulo em dezembro de 2014. Antes de estrear, em setembro do ano seguinte, o atleta se recuperou de uma lesão nos ligamentos do joelho direito. Em 2017, foi emprestado ao Curitiba e depois à Ponte Preta. O jogador, então com 24 anos, havia chegado ao São Bento em junho.
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Pelo Botafogo, Daniel viveu melhor momento da carreira em 2014