Rumo a Córdoba: as loucuras dos são-paulinos para assistirem à final da Sul-Americana
Desde carona em caminhão até venda de balas para custear as passagens: as alternativas dos torcedores para irem à final
Futebol|Do Live Futebol BR
Após dez anos, o São Paulo volta a disputar uma final internacional. No dia 1º de outubro, a equipe comandada por Rogério Ceni buscará seu segundo título da Copa Sul-Americana, e a torcida está bastante animada com a possibilidade de troféu.
Disputada no estádio Mario Alberto Kempes, em Córdoba, a finalíssima contará com diversos torcedores do Tricolor que viajarão milhares de quilômetros e farão loucuras apenas para torcer por 90 minutos e apoiar a equipe na busca pelo segundo troféu do torneio.
Viagens longas de carro, avião, ônibus e até mesmo de caminhão, empréstimos no banco, venda de aparelhos eletrônicos, entre outras "loucuras" estão em jogo para os torcedores do Tricolor poderem assistir à final continental.
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Cruzando a fronteira na boleia de um caminhão
Luciana Martins é são-paulina de coração. Mãe de quatro filhos e esposa de um corintiano fanático, a líder de vendas não pensou duas vezes quando viu que o São Paulo estaria na final. A torcedora, que é filha de caminhoneira, uniu a profissão de sua mãe com o sonho e decidiu ir até Córdoba de carona com caminhoneiros conhecidos.
“Falei com a minha mãe se era possível ir até a Argentina com os caminhoneiros amigos dela. Ela falou que consegue viabilizar. Estou verificando a possibilidade de trabalhar home office e de uma prima ficar com as crianças. Essa copa me trouxe algo ainda maior pelo São Paulo. Farei o esforço que for para ir”, disse a torcedora.
Rifas, balas e passagem para Córdoba
Bruno Forlevize sempre acreditou que o São Paulo estaria na final da Copa Sul-Americana. Ele e mais cinco amigos criaram em agosto o grupo Missão Argentina, e juntos desenvolveram vários planos para arrecadar o dinheiro da viagem, mesmo sem ter certeza de que o Tricolor chegaria na final.
Primeiro, uma rifa de 300 números foi criada, depois os amigos passaram a vender balas e pirulitos na rua com intuito de juntarem o dinheiro.
Com o valor arrecadado, o grupo adquiriu as entradas quando começaram a ser vendidas e agora partirão rumo a Córdoba para a finalíssima.
Amores levados no coração
Se muitos torcedores estão com passagens compradas para Córdoba, outros não poderão acompanhar o time na grande final. Devido à pandemia de Covid-19, muitas pessoas acabaram não resistindo, mas terão sua memória levada até o estádio Mário Alberto Kempes.
“Meu pai me ensinou a ser são-paulino e em 2005 pedi muito que fossemos ao Japão, e ele não quis. Ano passado ele faleceu de Covid e desde então sempre digo que vou realizar esse sonho quando tiver a oportunidade. Vou realizar um sonho esse ano e vou levar meu pai no meu coração comigo, pois todo jogo do São Paulo eu rezo pra ele ajudar a ganharmos”, conta o torcedor Giovanni Bucchi Bombassei.
Já a psicóloga Andrea Perez perdeu seu companheiro para a Covid. São-Paulino, assim como ela, o rapaz será representado em Córdoba com objetos que pertenciam ao casal.
“Vou para essa final por mim enquanto sobrevivente e por ele! Vou com a aliança que ele ia me pedir em casamento, mas não deu tempo, e vou levar uma das camisas dele que eu fiquei”, explica a torcedora.
São Paulo - Buenos Aires - Córdoba
O analista de planejamento e controle Rodrigo Pivatto Guedes da Costa juntou seis amigos e todos irão até Córdoba apoiar o Tricolor. O torcedor acompanhou todos os jogos do clube na Sul-Americana no Morumbi neste ano e não perdeu a oportunidade de adquirir as entradas para a grande decisão.
O grupo sairá de São Paulo e viverá uma saga até chegar ao destino. Os amigos irão de avião até Buenos Aires e na sequência pegarão um ônibus até Córdoba para assistir ao jogo. Tudo isso precisando trabalhar e fazer suas atividades por meio de um computador via home office.
“Essa viagem significa muito, o São Paulo está há dez anos sem um título internacional. Eu amo o São Paulo, não poderia ficar de fora de uma final como essa. Vai ser uma experiência sensacional. Algo que não vai dar para descrever. Não tem como não fazer uma loucura de ir para lá”, concluiu o analista de planejamento.
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