Rogério Ceni pede vida longa a Muricy no Tricolor, mas critica demissão de Paulo Autuori

Após a suada e importantíssima vitória do São Paulo por 1 a 0 sobre a Ponte Preta na noite desta quinta-feira (12), o goleiro Rogério Ceni fez questão de encarar os microfones e enaltecer o trabalho do técnico Paulo Autuori, demitido do clube nesta semana.

Na saída do gramado, Rogério se mostrou feliz com o retorno de Muricy ao cargo, mas não escondeu sua decepção com a saída de seu antecessor. O capitão fez questão de lembrar os títulos da Libertadores e do Mundial de Clubes de 2005, conquistados por Autuori.

— Na era pós-Telê Santana passaram por aqui os dois maiores técnicos que o time teve. Paulo Autuori e Muricy Ramalho não são caras pra ficar dois meses no São Paulo. Um cara simplesmente botou mais uma estrela no peito do clube e o outro é o único tricampeão brasileiro por um único time. São caras especiais. O Telê já morreu e nós "matamos" o Paulo em dois meses. Dos grandes campeões nas últimas décadas, sobrou o Muricy. Se não cuidarmos dele, quem vai ser o próximo? Vai ter de começar do zero.

O goleiro tricolor foi além e seguiu elogiando a postura humilde de Autuori em relação a seus comandados. Segundo ele, apesar dos números ruins, o treinador deixou uma ótima imagem em sua última passagem pelo Tricolor.

— O Paulo é um cara que chega no hotel, espera todos entrarem no elevador e vai por último. Ele pode ir na primeira classe em uma viagem internacional, mas faz questão de ir com todos os jogadores. A vinda do Paulo foi um resgate moral de coisas que tínhamos deixado para trás. Ele não teve a oportunidade de se despedir direito dos jogadores, então eu queria de coração mandar um abraço para o Paulo. Se o São Paulo ressurgiu, se eu posso ter ressurgido, agradeço a ele. Por sorte havia um treinador do nível do Muricy disponível no mercado. E que a gente tenha por ele o carinho que talvez não tivemos pelo Paulo.

O discurso de Rogério nesta noite contrasta completamente com as duras declarações dadas na demissão de Ney Franco, em julho. Na ocasião, o goleiro criticou duramente o trabalho do comandante e disse que ele não havia deixado legado nenhum ao clube, apesar da conquista da Copa Sul-Americana do ano passado.