Renovação de Neymar com o Santos depende de permanência na Série A e planos para a Copa

As conversas sobre a renovação de contrato entre Neymar e Santos seguem indefinidas e devem ganhar força nas próximas semanas, especialmente após os confrontos com Flamengo e Palmeiras. Os jogos são vistos como decisivos para avaliar a evolução física do camisa 10 e a situação do clube na tabela, fatores considerados essenciais para o andamento das negociações.

Tanto o Santos quanto o estafe de Neymar demonstram interesse na continuidade do vínculo, mas ainda é preciso chegar a um acordo financeiro que atenda às duas partes. No clube, está descartada a possibilidade de uma nova operação nos moldes da firmada em janeiro, que previa um contrato de R$ 105 milhões por cinco meses. Desse valor, o Santos ainda deve R$ 85 milhões a serem quitados até o fim de 2026. O salário de pouco mais de R$ 4 milhões por mês foi integralmente pago.

Do lado do jogador, a avaliação é de que, mesmo sem ter conseguido uma sequência de jogos em função das lesões, Neymar não perdeu valor de mercado. Seu estafe sustenta que a marca do atacante segue atraindo parcerias e benefícios comerciais para o clube, o que reforça o interesse em manter o vínculo.

No meio do ano, o Santos chegou a propor um contrato baseado em produtividade, mas a sugestão foi rejeitada. A ideia inicial das partes era estabelecer um acordo mais modesto para o segundo semestre, o que foi concretizado, com a retomada de valores mais altos a partir de 2026. O plano, porém, dependia de uma recuperação completa e de uma sequência em campo, metas que ainda não se confirmaram.

O presidente do Santos, Marcelo Teixeira reconheceu que as tratativas estão em compasso de espera. Há duas semanas, o dirigente afirmou que o foco do jogador segue voltado para a disputa da Copa do Mundo de 2026. “Não estamos tratando, porque o pensamento, a prioridade, é a Copa do Mundo. A não ser que haja algo diferente, algo anormal. Mas se não houver, a possibilidade é dessa renovação”, disse em entrevista.

O dirigente também comentou sobre o processo de recuperação física do camisa 10, que trata uma lesão de grau 2 no reto femoral da coxa direita. “Temos que entender que tanto a última cirurgia, como o processo de recuperação da última cirurgia, talvez não tenham sido tão adequados para um atleta do porte do Neymar”, avaliou.

Teixeira destacou que o jogador vinha mostrando sinais positivos antes da nova lesão. “Diferente de outras temporadas, ele já vinha atuando mais tempo nas partidas. Inclusive, vinha jogando os 90 minutos. Teve uma sequência de jogos, o que já nos dá uma expectativa positiva dentro de campo. Não são as mesmas contusões. Ele tem contusões em locais diferentes”, disse.

Segundo pessoas próximas ao atacante, Neymar intensificou os treinos e apresenta evolução nos indicadores físicos. O jogador mantém como principal meta garantir um lugar na Copa do Mundo de 2026.

Ainda assim, há duas incertezas no caminho. A primeira envolve o risco de rebaixamento. Dentro do Santos, a avaliação é de que Neymar dificilmente permanecerá caso o clube caia para a Série B, o que o afastaria dos planos da seleção comandada por Carlo Ancelotti. Já no entorno do atleta, essa hipótese não é considerada no momento.

A segunda dúvida diz respeito à própria seleção. Caso fique claro que Neymar não estará nos planos de Ancelotti, o cenário pode mudar e reabrir discussões sobre uma possível transferência para os Estados Unidos ou outro destino fora do Brasil.

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