Relembre outras vezes que jogadores protestaram contra os clubes por atrasos de salário

Apesar de novas tecnologias, táticas e modelos de treinamento, o futebol brasileiro ainda se vê refém de atrasos de salário. Cena comum em décadas passadas, os clubes passaram a se organizar para evitar que seus jogadores entrassem em campo sem receber, no entanto, apesar de toda modernidade trazida ao esporte, alguns times seguem com problemas para honrar seus compromissos.

O caso mais recente é o do Atlético-MG, que viu diversos jogadores de seu elenco notificando o clube por atrasos. O atacante Rony, inclusive, chegou a entrar na Justiça para pedir a rescisão do contrato, mas foi convencido a desistir e ficar no clube. O mal-estar no elenco gerou rachaduras, com trocas de indiretas entre jogadores e um ambiente mais que tumultuado.

A situação do Galo, porém, não é exclusividade do time atleticano. Relembre a seguir outras vezes que jogadores protestaram contra seus clubes por pagamentos atrasados:

Cruzeiro (2021)

Em 2021, o Cruzeiro, que hoje é líder do Brasileirão, vivia situação dramática. Os jogadores realizaram uma greve por sucessivos atrasos de salários que aconteciam desde 2020. O protesto só foi interrompido quando Sérgio Santos Rodrigues, presidente da equipe mineira na época, assumiu o compromisso de honrar os pagamentos.

Bahia (2021)

Também naquele ano, antes de virar SAF do Grupo City, o Bahia passava por maus bocados. Os jogadores decidiram não realizar entrevistas e concentrações antes das partidas em casa do Brasileirão, isso aconteceu por conta do atraso no pagamento dos salários. No final da temporada, o clube baiano acabou caindo para a Série B.

Figueirense (2019)

Time tradicional do futebol brasileiro nos anos 2000, o Figueirense passou por situação parecida em 2019, quando os jogadores realizaram uma greve. Sem receber há três meses, os atletas não entraram em campo em duelo contra o Cuiabá como forma de protesto após a diretoria prometer pagar os salários, mas não honrar o compromisso assumido.

Gustavo Scarpa (2018)

Um dos casos emblemáticos aconteceu com Scarpa, em 2018, que curiosamente vive situação similar no Galo neste ano. Naquela época, o atleta pertencia ao Fluminense e era visto como uma das grandes promessas do time, consolidando-se como estrela da equipe inclusive, com gols e atuações relevantes. No entanto, por conta de atrasos no salário, imagem e FGTS, o atleta solicitou na Justiça a rescisão de seu contrato, e conseguiu.

O atleta conseguiu a liberação para jogar por outro time e foi contratado pelo Palmeiras, onde ficou até ser negociado com o Nottingham Forest, no final de 2022.

Santos (2021 e 2014)

Em dois momentos de sua história recente, o Santos passou por atrasos de salários que culminaram na saída de jogadores. Em 2014, atletas como Aranha, Arouca, Edu Dracena e Eugenio Mena conseguiram a liberação na Justiça após não receberem em dia.

Anos mais tarde, em 2021, o Peixe passou por situação similar. A equipe praiana vinha de um transfer ban e, com a pandemia da Covid-19, o clube novamente não conseguiu honrar com seus compromissos. Eduardo Sasha e Everson foram os atletas que entraram na Justiça contra o time.

Memphis Depay (2025)

Neste ano, Memphis Depay também notificou o Corinthians a respeito de uma dívida de R$ 6,1 milhões. Os valores são referentes a premiação, estabelecida em contrato, pela conquista do Paulistão deste ano, além de direitos de imagem atrasados.

O advogado do jogador chegou a avisar o Timão que Depay poderia deixar de cumprir suas obrigações profissionais caso não se chegasse a um acordo. Por enquanto, o atacante atua normalmente.