Recuperado de lesão, Cicinho sonha em voltar em alto nível no futebol brasileiro
Ex-jogador da seleção brasileira afirma estar preparado para voltar em alto nível
Futebol|Do R7*

Campeão Mundial e da Libertadores, campeão da Copa das Confederações, campeão do Campeonato Espanhol... Esses são alguns títulos na carreira do lateral Cicinho, que retornou ao Brasil para tratar de uma lesão no joelho direito. Recuperado, o jogador não vê a hora de voltar a atuar, mas tem que ser em um time de alto nível: “Estou pronto para voltar e em condição de jogo. Tive até que colocar o pé no freio para não ter desgaste físico. Faço treinamentos pela manhã e pela tarde”.
A expectativa é atuar na Série A do Campeonato Brasileiro em 2017. Mesmo com propostas da segunda dvisão e também da periferia do futebol mundial, o ex-jogador São Paulo, Real Madrid-ESP, Sport e Sivasspor-TUR e, sobretudo, seleção brasileira, o atleta prefere esperar propostas à altura do seu futebol antes de fechar qualquer negócio. Confira os melhores momentos da entrevista para o R7.
R7 — Qual foi a lesão que tirou você dos gramados e como está a preparação para voltar ao futebol?
Cicinho — Operei o ligamento cruzado do joelho direito. Estou pronto para voltar e em condição de jogo. Tive até que colocar o pé no freio para não ter desgaste físico, pois ainda não assinei contrato com nenhum clube. Faço treinamentos pela manhã e pela tarde. Minha prioridade é continuar no Brasil, tive alguns contatos, clubes da segunda divisão vieram, mas não agradaram. Tive conversar com o futebol da Índia e da Indonésia, mas deixei de stand-by. Minha prioridade é ficar, quero jogar no futebol brasileiro, mas se eu ver que não aparece nada, jogarei fora do país.
R7 — Como torcedor do São Paulo, seu sonho é voltar para o Tricolor?
Cicinho — Sempre se fala (na imprensa) que o São Paulo está em busca de lateral e eu estou pronto para voltar a jogar. Eu nunca escondi o sonho de voltar ao São Paulo, mas não é meu objetivo principal. Se pintar alguma, coisa claro que ficaremos feliz. É um time grande, sou torcedor do São Paulo, onde já trabalhei e conquistei títulos. Trabalho para a oportunidade e seria especial se o Rogério Ceni me ligasse.
R7 — Você começou no Botafogo de Ribeirão Preto e depois despontou no futebol. Desde lá seu sonho era jogar no São Paulo?
Cicinho — Foi uma trajetória em que me preparei, cresci na cidade de Ribeirão Preto e de lá saíram Sócrates, Raí, Bordon que jogou muito tempo no São Paulo. Nós que saímos dali com o sonho de jogar em time grande, de jogar no São Paulo e eu consegui. Construí uma história muito linda no São Paulo, conquistei títulos importantes e cheguei na seleção brasileira e Real Madrid.
R7 — Seu último clube foi o Sivasspor, da Turquia. Como foi a experiência de jogar e o nível de competição?
Cicinho — Foi uma experiência bem diferente. Uma cultura diferente, mas que me agradou. Eles têm um futebol organizado, as pessoas são muito profissionais no meio do futebol. Sou grato ao Sivass, ao Roberto Carlos que foi meu treinador lá. Foram três anos maravilhosos, fiz mais de cem jogos por lá. Deixei uma imagem muito bacana por lá. Tive proposta de continuar como jogador e depois me tornar dirigente, mas as minhas prioridades são outras e da minha esposa também. O carinho é muito grande. Ainda recebo ligações do presidente para assistir jogos e jantar no Sivass.
R7 — Nas temporadas 2004 e 2005, você demonstrou um futebol espetacular e chegou à seleção. Como foi atuar na Copa das Confederações e na Copa do Mundo?
Cicinho — A Copa das Confederações foi bem mais tranquila que a Copa do Mundo. Tínhamos Ronaldinho Gaúcho em sua melhor fase na carreira, Kaká jogando muita bola, Adriano sendo artilheiro e melhor jogador, Robinho jogando muito. Todos naquele time se destacaram é difícil falar em alguém que foi melhor. Já na Copa do Mundo, deixaram a responsabilidade em cima de alguns jogadores e foi muito desgastante. Claro, é prazeroso jogar uma Copa do Mundo e uma pena que não veio o título. Éramos o melhor time do mundo, mas pagamos pela má preparação e pressão.
R7 — Depois disso, teve a transferência para jogar no galáctico Real Madrid. Como foi atuar no melhor time do mundo?
Cicinho — A ida para o Real Madrid foi uma situação única. Fui para o time dos galácticos, isso posso contar para muitas pessoas. Joguei no melhor time do mundo e até hoje a sensação de quem está lá deve ser assim. Pude realizar esse sonho, mas o vestiário não era uma coisa bacana. No São Paulo, acabava o treino e a gente se reunia com a família do pessoal, íamos para restaurantes, no Real tinha muita vaidade, jogadores querendo passando por cima dos outros. Não me sentia incomodado com a trairagem deles e nunca quis participar, mas não era uma situação agradável.
R7 — Muitos jogadores que passaram pelo Real Madrid exaltam o perfil do David Beckham. Naquele grupo, quem eram os gringos parceiros e quem eram os traíras?
Cicinho — O Beckham é muito ser humano. Muito do bem. Por isso até hoje ele tem o espaço que tem, onde ele chega é respeitado e sua imagem continua muito forte. Ele não passava por cima de ninguém. Ele entreva no vestiário e tentava sempre incentivar, falava de sua história de vida, que nasceu em família pobre e venceu na vida. Hoje ele é o que é por conta disso. Além dele, o Sérgio Ramos, Higuaín, Zidane, esses caras eram fenomenais. Tinham os espanhóis que ficavam com ciúmes, iam falar coisa na imprensa, mas nós respondíamos provocando. Falávamos: “Estamos na cidade de vocês, levando o dinheiro de vocês e comendo a comida de vocês” (brincou), eles tinham muito ciúmes.
R7 — Por conta dos problemas internos, você saiu do Real e foi para a Roma. Como foi trocar um gigante para um time de poucos títulos?
Cicinho — Foi muito bacana na Roma, mas tive algumas reclamações com o Spalletti (treinador da Roma na época e que retornou na última temporada), isso aconteceu comigo, tivemos problemas, mas também aconteceu com vários jogadores do time. Ele é um treinador muito intenso. Mas com o Ranieri já foi sacanagem. Ele mentia na imprensa, falávamos que íamos jogar e na hora não colocava nem no banco. Mas também eu já não era mais profissional, não queria nada com nada. Com o Ranieri uniu o útil com o agradável. Eu não queria, ele não queria, mas ele era o treinador e sobrou pra mim (risos). Mesmo assim, fui feliz na Roma onde joguei cinco anos.
R7 — Você também fala que se preparou para o auge, mas não para se manter. Você acha que falta um acompanhamento para o jogar conseguir sempre se manter?
Cicinho — Hoje em dia, não. Hoje vemos jogadores em alto nível há muito tempo. Vemos Messi, Neymar, Cristiano Ronaldo... Hoje tem mais pessoas que ajudam. Eu atingi o ápice, tive pessoas que me ajudaram a chegar até lá, mas quando estive no auge, não tive pessoas que soubessem me manter. Às vezes saem coisas na imprensa que são mentiras, mas tratavam como verdades. Hoje, por exemplo, o Neymar tem uma equipe pronta para cuidar e sabe da importância de manter uma boa imagem dentro e fora de campo. Hoje eu sei o que devo fazer, minha conduta é totalmente diferente, tenho outros valores que na época não pensava.
*Gustavo Soler, estagiário do R7
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