Presidente do Fla se licencia do cargo e recebe crítica de conselheiro
Queixa é a de que o dirigente não estará presente na estreia na Libertadores; presidente diz que clube é profissionalizado e licença já estava prevista
Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7
O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, e o vice-presidente geral, Rodrigo Dunshee de Abranches, pediram licença periódica de seus cargos no Flamengo, em meio a um período turbulento do clube, envolto na tensão causada pelas negociações fracassadas com os familiares das vítimas do incêndio que deixou 10 jovens mortos, no início de fevereiro, no CT Ninho do Urubu.
Além disso, o próprio CT foi interditado nesta semana pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
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Com a ausência, eles também não estarão presentes na estreia da equipe na Copa Libertadores da América, na terça-feira (5), contra o San José, na altitude de Oruro, na Bolívia.
Leia mais: Landim diz que famílias procuraram o clube e acordo não está descartado
Via assessoria, o presidente explicou que antes mesmo de assumir o cargo, em dezembro último, já estava prevista essa pausa, que terá duração de 11 dias. Já Dunshee de Abranches se ausentará do cargo até o fim do Carnaval, retornando na próxima quarta-feira (6).
Para o conselheiro nato do clube, Ronaldo Gomlevsky, ambos não poderiam estar ausentes na estreia da equipe na competição sul-americana.
"Isso me incomoda, é um absurdo. Terça-feira é um dia muito importante para o clube. Não vejo isso como fuga, mas entendo que os dois deveriam estar presentes no jogo."
A assessoria do presidente respondeu à crítica argumentando que montou um sistema profissionalizado dentro do clube. E que a logística impediria a ida de Landim à Bolívia.
"É uma posição dele, Ronaldo. O clube respeita essa posição, mas o presidente já não iria para o jogo, o voo só pode ir com 50 pessoas, por causa da altitude, e ele não iria de qualquer maneira. E essa viagem (do presidente) estava marcada. Além disso, o Flamengo tem profissionais em todas as áreas para acompanhar a equipe. O sistema é profissionalizado, todas as áreas têm pessoas remuneradas para fazer suas funções."
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Gomlevsky, que foi candidato à presidência do clube em 2012, não considera que as questões envolvendo o CT tenham relação com a ausência.
"Esse período de ausência não interfere em negociações com parentes de vítimas. Trata-se de um feriado e, por outro lado, as negociações são longas e estão sendo realizadas. É algo complexo, neste momento o Flamengo já está pagando algo, R$ 5 mil mensais às vítimas, enquanto não for definido o valor da indenização. O Flamengo não está sendo esquivo."
Gomlevsky não se vê nem como oposição e nem situação, dentro da política da entidade. No primeiro ano da presidência de Eduardo Bandeira de Mello (2013 a 2018), ele fez parte, ao lado de Landim, do conselho gestor do clube.
"Lembro-me de reuniões do conselho em que me sentava na mesma mesa que o Landim. Não havia oposição no Flamengo. Havia o Bandeira e os membros do grupo que geraram a candidatura e a gestão passada. E muitos deles hoje fazem parte da gestão atual."
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