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Possível venda do Manchester United para xeque do Catar gera preocupação na Uefa e na Fifa

Regulamente da entidade europeia proíbe que times do mesmo dono disputem a mesma competição; emir catari também é dono do PSG

Futebol|

Manchester United está em processo para ser vendido
Manchester United está em processo para ser vendido Manchester United está em processo para ser vendido

A proposta de um grupo de investidores do Catar para a compra do Manchester United, da Inglaterra, fez voltar à tona os riscos da formação de conglomerados de um mesmo dono por vários clubes. Tudo isso porque a Qatar Sports Investments, interessada na equipe inglesa, já possui uma outra potência europeia, o Paris Saint-Germain, da França.

O problema em torno disso tem a ver com o regulamento da Uefa, que diz que times do mesmo proprietário majoritário não podem disputar as mesmas competições, como a Liga dos Campeões, por exemplo.

"O debate pode ser ampliado de forma explosiva se for confirmada a notícia que de haveria uma proposta do Catar para a compra do Manchester United, o que potencialmente significaria que dois clubes que são frequentes na Champions League estariam sob a propriedade de um mesmo dono, o que é proibido pela Uefa", aponta Eduardo Carlezzo, advogado especializado em direito desportivo.

"O próximo item da macro agenda do futebol internacional é a multi propriedade de clubes. É de esperar que a Fifa apresente alguma regulação sobre este assunto, já que hoje não há nada específico em seus regulamentos, a não ser um dispositivo de cunho mais generalista que proíbe o controle de mais de um clube quando isso possa colocar a integridade de um jogo ou competição em risco", continuou Carlezzo.

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"Atualmente esse é um tema que afeta mais a Uefa, já que a enorme maioria das aquisições de clubes ocorre dentro do continente e pode ter impacto nas competições europeias, na medida que clubes que tenham um mesmo acionista se classifiquem para umas das três competições de clubes."

O xeque Jassim Bin Hamad Al Thani, que é torcedor do Manchester United, confirmou na última sexta-feira uma proposta oficial para adquirir 100% do time inglês. O clube está à venda desde novembro e apenas Al Thani, filho do ex-primeiro-ministro do Catar, Hamad bin Jassim bin Jaber, e Jim Ratcliffe (ainda em janeiro) fizeram declarações formais de que desejam comprar o clube.

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Para Jorge Braga, que foi o CEO no processo de transformação da SAF do Botafogo, os donos multiclubes se tornaram uma tendência crescente no futebol europeu, mas não sem controvérsias.

"A Uefa afirma que a tendência está sendo alimentada predominantemente por investidores americanos e acrescentou que o aumento do investimento em múltiplos clubes tem o potencial de representar uma ameaça material à integridade das competições europeias de clubes, com um risco crescente de ver dois clubes com o mesmo dono ou investidor se enfrentando no campo. Na verdade, esse risco extrapola as quatro linhas e abarca todas as transações que envolvam dois ou mais clubes com o mesmo proprietário ou investidor", afirmou.

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Ele entende que em mercados mais maduros existem agentes reguladores e órgãos que garantem que não exista concentração excessiva de mercado, significativo poder econômico.

"Esses órgãos anticoncentração pró-concorrência de mercado, certamente vão começar a aparecer no futebol também. Por exemplo, no Brasil nós temos o CADE, e quando é uma empresa de capital aberto, a CVM também faz essa regulação. Para garantir que um mesmo investidor não tenha um poder desproporcional em relação a outros players de mercado", complementa.

A Uefa fez questão de soltar um comunicado e alertar contra o aumento crescente de investidoras que adquirem vários clubes de futebol. Para a entidade que comanda o futebol europeu, isso ameaça a integridade de suas competições.

"Resultado de partidas, transferência de atletas, patrocínios e compartilhamento de receitas, despesas e receitas, e base de dados de torcedores são conflitos potenciais entre 'partes relacionadas' que merecem transparência, fiscalização e regulação, sob pena de destruir valor e desacreditar os campeonatos, os clubes, os investidores e a própria profissionalização do futebol", afirmou Braga.

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