Patrocinador da Libertadores teme que competição fique marcada por atos racistas
Presidente da Bridgestone no Brasil repudia episódio que aconteceu com o cruzeirense Tinga
Futebol|Do R7*


O episódio de racismo envolvendo o brasileiro Tinga ainda gera repercussão entre as principais lideranças da Copa Libertadores da América. Desta vez, quem comentou o assunto foi presidente da principal patrocinadora da competição, que teme que sua marca fique ligada a episódios negativos. Ariel Depascuali, da Bridgestone no Brasil, lamentou o ocorrido com o atleta do Cruzeiro, na partida contra o Real Garcilaso, na última quarta-feira (12), no Peru.
Indignado com a situação vivida pelo jogador diante da torcida dos donos da casa, o argentino, graduado em Química pela Universidade de Morón, em Buenos Aires, repudiou o acontecimento, cobrando punições das autoridades e das federações.
— Fico indignado, não tenha dúvida. Porém, é algo pessoal. Nesse caso tem que ver a Conmebol, que é a instituição responsável por organizar a competição, o poder público, a polícia, o poder judiciário... Pessoalmente, fico muito indignado. Não gosto de discriminação.
Na última quarta-feira (19), a Conmebol abriu um processo disciplinar contra o clube peruano, que terá que responder pelos atos racistas de sua torcida no confronto com o Cruzeiro. A medida, no entanto, parece ser insuficiente diante da complexidade da situação.
Vítima de uma caso semelhante de racismo dentro da Libertadores, o atacante brasileiro Grafite foi mais um que se solidarizou com o episódio. Em 2005, atuando pelo São Paulo, o jogador acusou o zagueiro argentino Leandro Desábato, então no Quilmes, de tê-lo chamado de "macaco". O defensor recebeu voz de prisão ainda no gramado do Morumbi e ficou preso por dois dias em São Paulo, acusado de injúria com agravante de racismo.
— Tomei conhecimento do que aconteceu com o Tinga e, obviamente, fiquei muito triste. Muito chato ter de lidar com isso ainda nos dias de hoje. O racismo não deveria existir na sociedade e, tampouco, no esporte.
Após pagar fiança de R$ 10 mil, o argentino foi solto e retornou à Buenos Aires, comprometendo-se a voltar para todos os atos do processo, no Brasil. O caso não teve continuação, no entanto, pois Grafite retirou as acusações meses após o acontecimento. Mas se depender do Cruzeiro e da CBF, o episódio no Peru ainda renderá muitos capítulos.
*Filipe Sbarra, estagiário do R7