Organizadas não pensam em vingar Massacre do Pacaembu, mas assunto ainda desperta curiosidade
Maior briga dentro de campo do futebol brasileiro completa 20 anos nesta quinta (20)
Futebol|Francisco Valle, do R7

A cada novo ato de violência entre torcidas organizadas no Brasil, a palavra que mais se ouve sobre as razões das brigas é revanche. O troco, ou a vingança, motiva corintianos a acuarem palmeirenses no Metrô e são-paulinos a quebrarem cadeiras nos estádios dos rivais. Nenhum dos grandes clubes escapa.
O que esperar, então, do pior caso de confronto entre torcidas dentro de campo no futebol brasileiro, que envolveu a morte de um jovem de 16 anos? Nem vingança e nem rancor. Funcionando novamente, as torcida uniformizadas de Palmeiras e São Paulo, que promoveram a Batalha do Pacaembu em 1995, já deixaram a história de lado há muito tempo.
Há 20 anos na decisão da SuperCopa São paulo de Futebol Junior, além das principais organizadas, outras torcidas também estavam presentes na briga, como a Dragões da Real, uma das uniformizadas do Tricolor paulista. Atual presidente da Dragões e da Anatorg (Associação Nacional de Torcidas Organizadas), André Azevedo diz que os membros da torcida já mudaram muito.
— Acredito que o sentimento de vingança mesmo, se existe, é só para aqueles que estiveram no Pacaembu naquele dia. Os mais jovens, hoje, perguntam bastante, pedem para a gente contar, mas não têm essa vontade de compensar aquilo lá. Há uma rotatividade muito grande entre os membros da torcida, hoje 95% dos integrantes são outras pessoas.
Presidente da Mancha Verde até dezembro do ano passado e membro da atual diretoria da torcida, Marcos Ferreira, o Marquinhos, também revela a curiosidade dos novos garotos em relação à histórica briga de 1995.
— É algo passado, faz muito tempo. Mas por conta da morte, gera curiosidade. O ser humano é curioso e, por mais que tenha acontecido há 20 anos, a molecada que nem tinha nascido ainda na época pergunta bastante, vê vídeo na internet e quer saber como foi.