No embalo do título espanhol, Atlético quer conquistar a Europa

Depois das comemorações pelo título de campeão espanhol, o Atlético de Madri precisa deixar de lado a euforia para preparar a final da Liga dos Campeões, que disputa no próximo sábado contra o Real Madrid, no estádio da Luz de Lisboa.

O time 'colchonero' está vivendo uma semana histórica e pode superar as glórias da geração que conquistou dois títulos na temporada 1995-1996, faturando a Liga Espanhola e a Copa do Rei.

Se superar o Real na capital portuguesa, o Atlético levantará sua primeira 'Taça Orelhuda', depois de ter faturado a Liga Europa em 2010 e 2012.

"O que quero transmitir a todos vocês é algo muito mais importante do que títulos. Quero que saibam que com trabalho, tudo é possível", disse o técnico argentino Diego Simeone no domingo, diante de milhares de torcedores reunidos para comemorar o título nacional na praça Neptuno.

Nesta segunda-feira, 'El Cholo' fez questão de salientar que tinha pedido para que os jogadores "virassem a página" para focar 100% na Champions.

"Temos vários dias pela frente para trabalhar bem, sabendo que vamos enfrentar uma equipe poderosa (o Real). Tenho certeza que os jogadores vão dar conta do recado, como sempre fizeram, até nos momentos mais difíceis", explicou o treinador em entrevista coletiva.

"No futebol, o que conta é sempre a última coisa que você faz. Meus jogadores já entraram na história mas serão julgados pelo que ainda resta a fazer", completou.

O Atlético espera espantar os fantasmas da final de 1974, quando empatou em 1 a 1 com o Bayern de Munique ao levar um gol no final da prorrogação e acabou sendo goleado por 4 a 0 na partida de desempate (na época, não havia disputa de pênaltis).

Para apagar o trauma de 40 anos atrás, Simeone precisará contar com seus jogadores em perfeita condição física.

Artilheiro da equipe na temporada, o brasileiro naturalizado espanhol Diego Costa voltou a sentir uma lesão muscular no sábado contra o Barça e é dúvida para a decisão da 'Champions', assim como o turco Arda Turan.

O Real também tem motivos de preocupação. No sábado, o astro Cristiano Ronaldo foi poupado por sentir dores musculares no vestiário enquanto já estava escalado para enfrentar o Espanyol (vitória por 3 a 1). O francês Karim Benzema foi a campo, mas saiu lesionado.

Mesmo assim, o clube 'Merengue' fez questão tranquilizar a torcida ao afirmar que ambos os jogadores devem ter condições de jogar em Lisboa. O único desfalque certo é o volante Xabi Alonso, que cumprirá suspensão.

Será a 13ª final do Real, time mais vitorioso da história da competição com nove títulos, que faz da conquista de 'La Décima' uma verdadeira obsessão.

A décima 'taça orelhuda' vem escapando desde 2002, quando os 'galáticos' derrotaram o Bayer Leverkusen por 2 a 1 em Glasgow, com um golaço do francês Zinedine Zidane, hoje auxiliar técnico do italiano Carlo Ancelotti.

"Agora vamos começar a pensar na Champions", disse o treinador depois da partida contra o Espanyol.

Os 'Merengues' terminaram na terceira posição da Liga Espanhola, com os mesmos 87 pontos que o Barça, três a menos que o campeão Atlético.

CR7 e companhia chegaram a brigar pelo título por boa parte da temporada, mas uma série de tropeços na reta final tirou o time da disputa.

Desde a goleada de 4 a 0 sobre o campeão Bayern na partida de volta da semifinal (depois da vitória por 1 a 0 na ida), o Real tem suas atenções voltadas para a competição europeia.

Cristiano Ronaldo terá uma motivação extra por disputar a final 'em casa', em Lisboa, na primeira decisão de Liga dos Campeões entre times da mesma cidade.

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