Neymar pede punição a zagueiro racista: 'Preconceito é inaceitável'
Jogador brasileiro foi expulso do jogo contra o Olympique de Marselha após dar um tapa na cabeça de Álvaro González, que o teria chamado de 'macaco'
Futebol|Do R7
Neymar utilizou as suas redes sociais para se manifestar sobre o suposto caso de racismo que sofreu neste domingo (13), no clássico entre Paris Saint-Germain e Olympique de Marselha, pelo Campeonato Francês.
Na ocasião, o brasileiro foi expulso após dar um tapa na cabeça do espanhol Álvaro González, que, segundo ele, proferiu palavras de cunho racistas em sua direção.
"Ontem me revoltei. Fui punido com vermelho porque quis dar um cascudo em quem me ofendeu. Achei que não poderia sair sem fazer nada porque percebi que os responsáveis não fariam nada. Não percebiam ou ignoravam. Durante o jogo queria dar a resposta como sempre, jogando futebol. Os fatos mostram que não consegui. Me revoltei...", iniciou Neymar.
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"No nosso esporte as agressões, insultos e palavrões, são do jogo. Da disputa. Não dá pra ser carinhoso. Entendo esse cara em parte. Faz parte do jogo. Mas o preconceito e intolerância são inaceitáveis", destacou, reiterando que o espanhol proferiu palavras racistas contra ele.
O brasileiro, que no início da carreira chamou atenção ao se distanciar de discussões racistas, chegando até mesmo a afirmar que "não era negro", afirmou, dessa vez, que sente orgulho da cor de sua pele:
"Eu sou negro, filho de negro, neto e bisneto de negro. Tenho orgulho e não me vejo diferente de ninguém. Ontem eu queria que os responsáveis pelo jogo (árbitro, auxiliares) se posicionassem de modo imparcial e entendessem que não cabe tal atitude preconceituosa."
Neymar disse ainda que aceita a sua punição, já que agrediu um companheiro de trabalho e pode ser suspenso por até sete jogos, mas fez um apelo para a Federação Francesa para que Álvaro González também seja advertido: "Nós que estamos envolvidos no entretenimento precisamos refletir. Uma ação levou a uma reação e chegou onde chegou. Aceito minha punição porque deveria ter seguido no caminho da disputa limpa do futebol. Espero, por outro lado, que o defensor também seja punido."
Por fim, o camisa 10 do PSG e da seleção brasileira pediu um basta, dizendo que o racismo não pode mais existir: "O dano do confronto pode ser desastroso para ambos os lados, quer seja preto ou branco. Não quero e não podemos misturar assuntos. Cor de pele não há escolha. Perante Deus somos todos iguais."
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