Marin é considerado culpado em seis das sete acusações do Fifagate
Juíza Pamela Chen, em Nova York, ainda decide pena de ex-presidente da CBF
Futebol|André Avelar, do R7
José Maria Marin, ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), foi declarado culpado nesta sexta-feira (22), por seis das sete acusações a que responde no Fifagate, maior escândalo de corrupção da história do futebol.
A decisão dos jurados, no entanto, ainda não significa a prisão do dirigente brasileiro. A tendência é que a juíza Pamela Chen, que está à frente do caso no Tribunal do Brooklyn, em Nova York, nos Estados Unidos, defina a sentença apenas no ano que vem.
Marin, de 85 anos, responde a sete acusações de conspiração em esquema internacional de corrupção — foi considerado inocente apenas na que se refere à lavagem de dinheiro na Copa do Brasil. As investigações foram feitas pelos promotores do governo dos Estados Unidos, sendo três delas relativas a lavagem de dinheiro.
O paraguaio Juan Ángel Napout (ex-presidente da Conmebol) e o peruano Juan Manuel Burga (ex-presidente da Federação Peruana de Futebol) são dois dos 42 alvos do julgamento. O primeiro foi considerado culpado em três de cinco acusações, enquanto o último ainda não teve uma decisão revelada. A deliberação no Tribunal retoma os trabalhos na terça-feira para dar andamento ao caso.
Segundo o delator Alejandro Burzaco, ex-diretor da Torneos y Competencias, Marin teria recebido aproximadamente US$ 2,7 milhões (R$ 8,9 milhões) em pagamento de propinas por alguns dos principais direitos de televisão de campeonatos internacionais como a Copa Libertadores e a Copa América.
Ao longo de todo o processo, a defesa de Marin procurou distanciar a relação do seu cliente, que presidiu a CBF de 2012 a 2015, com as atividades tomadas. A proposta era deixar claro que Marin atuava apenas como interlocutor, enquanto Marco Polo del Nero, presidente da entidade desde então, seria efetivamente quem atuava no recebimento de propinas de campeonatos internacionais. Já Del Nero, afastado do futebol pela Fifa na última sexta, desafiou 'qualquer pessoa' a apresentar provas de que tenha cometido corrupção. Em contato com o R7, a CBF afirmou que não irá se pronunciar a respeito da decisão.
Desde o início do julgamento em 13 de novembro, a defesa de Marin nega todas as acusações. Ele cumpre prisão domiciliar em seu apartamento na 5.ª Avenida, no arranha-céu Trump Tower, em uma das regiões mais valorizadas de Nova York.