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BRASILEIRO 2022
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Manipulação em jogos do Brasileirão: o que já se sabe sobre a Operação Penalidade Máxima II

Ministério Público de Goiás (MP-GO) informa que seis partidas da Série A do Campeonato Brasileiro estão sendo investigadas

Futebol|Do R7


Em entrevista coletiva, MP afirmou que investigações ainda não têm prazo para terminar
Fernando Cesconetto, promotor do MP-GO, em coletiva de imprensa sobre a operação (Foto: Divulgação/MP-GO)

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) anunciou, nesta terça-feira (18), o início da Operação Penalidade Máxima II, que visa investigar a atuação de uma organização criminosa na manipulação de resultados de jogos de futebol, inclusive da Série A do Brasileirão. O órgão informou que já foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão em 16 municípios de seis estados brasileiros.

Segundo o MP-GO, há suspeitas de que o grupo criminoso tenha atuado em pelo menos seis jogos do Brasileirão de 2022, bem como em cinco partidas de campeonatos estaduais deste ano. A investigação descobriu que os criminosos tentavam cooptar jogadores de futebol com ofertas entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para que interferissem em eventos dos jogos. A interferência beneficiaria os apostadores em detrimento das casas de apostas, que estariam sendo lesadas pelas manipulações.

"Há indícios de que as condutas previamente solicitadas aos jogadores buscavam possibilitar que os investigados conseguissem grandes lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas, utilizando, ainda, contas cadastradas em nome de terceiros para aumentar os rendimentos. As práticas delitivas podem se enquadrar nos crimes previstos na Lei nº 12.850/13, artigos 41-C e 41-D, do Estatuto do Torcedor, e artigo 1º da Lei nº 9.613/1998", disse o Ministério Público de Goiás, em trecho de comunicado publicado no site oficial.

Jogos investigados

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) também anunciou, em coletiva de imprensa do promotor Fernando Cesconetto ainda na terça-feira, os jogos da Série A do Brasileirão que estão sendo investigados por manipulação. Inicialmente, o órgão revelou que existiam suspeitas relativas a cinco partidas, mas, durante cumprimento de um mandado, um jogador confessou participação em outro jogo do Campeonato Brasileiro.

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Quatro dos jogos investigados ocorreram na rodada 36 do Brasileirão do ano passado. Fernando Cesconetto informou que a operação ainda não confirmou se os atletas efetivamente receberam dinheiro nessas partidas, mas já se sabe que existiram ofertas de apostadores. Veja abaixo as partidas investigadas.

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Palmeiras 2 x 1 Juventude (10/9/2022 — 26ª rodada do Brasileirão): um jogador do Juventude foi assediado para tomar cartão amarelo;

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Santos 1 x 1 Avaí (5/11/2022 — 36ª rodada do Brasileirão): um jogador do Santos foi assediado para tomar cartão amarelo;

Red Bull Bragantino 1 x 4 América-MG (5/11/2022 — 36ª rodada do Brasileirão): um jogador do Bragantino foi assediado para tomar cartão amarelo;

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Goiás 1 x 0 Juventude (5/11/2022 — 36ª rodada do Brasileirão): dois jogadores do Juventude foram assediados para tomar cartão amarelo;

Cuiabá 1 x 1 Palmeiras (6/11/2022 — 36ª rodada do Brasileirão): um jogador do Cuiabá foi assediado para tomar cartão amarelo; e

Botafogo 3 x 0 Santos (10/11/2022 — 37ª rodada do Brasileirão): um jogador do Santos foi assediado para tomar cartão vermelho.

O MP-GO também informou que partidas dos Campeonatos Estaduais deste ano estão sendo investigadas. São elas: Goiás X Goiânia, Caxias X São Luiz, Esportivo X Novo Hamburgo, Luverdense X Operário e Guarani X Portuguesa.

Jogadores investigados

O MP-GO não revelou os nomes dos jogadores investigados pela Operação Penalidade Máxima II. A reportagem entrou em contato com o Ministério Público, e o órgão reforçou que não divulgará nenhum nome neste momento "em razão das restrições da Lei de Abuso de Autoridade".

Posicionamento dos clubes

Alguns dos clubes nos quais os jogadores investigados atuam emitiram posicionamentos oficiais sobre a Operação Penalidade Máxima II.

Bragantino, Chapecoense, Juventude, Santos e Sport escreveram notas com teor parecido: os times reforçaram que são contra qualquer tipo de manipulação de resultados no esporte e se dispuseram a colaborar com as investigações do MP-GO. Chapecoense, Santos e Sport também garantiram que confiam na integridade dos seus atletas.

Mais detalhes sobre a investigação

Durante coletiva de imprensa nesta terça-feira, o Ministério Público também detalhou a distribuição dos mandados de busca e apreensão expedidos no primeiro dia da Operação Penalidade Máxima II.

• Goiás: um atleta investigado e um mandado de busca e apreensão;

• Rio Grande do Sul: dois atletas investigados, mas ao total são três mandados de busca e apreensão;

• Santa Catarina: dois atletas investigados e dois mandados de busca e apreensão;

• Rio de Janeiro: uma pessoa investigada — não é atleta;

• Pernambuco: dois atletas investigados e dois mandados de busca e apreensão;

• São Paulo: dois atletas investigados; há no total dez mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão

Um dos presos em São Paulo nesta terça-feira foi Bruno Lopes de Moura, apostador que já havia sido detido na primeira fase da operação.

A Operação Penalidade Máxima II está sendo executada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Goiás e pela Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI). Os Gaecos dos estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o Cyber Gaeco do MP de São Paulo e o Centro de Inteligência do MP do Rio de Janeiro, além das polícias Militar, Civil e Penal de Goiás, estão dando apoio ao cumprimento das diligências.

Primeira fase da Operação Penalidade Máxima

As primeiras investigações sobre o escândalo de manipulação de resultados no futebol brasileiro começaram no final do ano passado. O volante Romário, do Vila Nova, de Goiás, aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti em partida contra o Sport pela Série B do Brasileirão. Entretanto, o atleta não foi relacionado para a partida e tentou cooptar, sem sucesso, outros colegas de equipe.

A partir do vazamento dessa história, o presidente do clube goiano, Hugo Jorge Bravo, que também é policial militar, começou a investigar o caso. Todas as provas foram entregues ao Ministério Público de Goiás (MP-GO), e o caso culminou em uma investigação muito maior, que identificou partidas suspeitas de manipulação em todo o Brasil.

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