Jornal detona Muralha e presidente do Flamengo defende o goleiro
Tabloide Extra publicou na capa pronunciamento ironizando o arqueiro
Futebol|Do R7
O jornal Extra foi pivô de uma polêmica em sua edição desta sexta-feira (1). O periódico publicou uma nota em sua capa ironizando a qualidade técnica e o apelido de Alex Muralha. O veículo ainda evidenciou as constantes falhas do atleta e o retrospecto negativo do jogador em decisões de pênalti, lembrando a eliminação para o Paraná na Primeira Liga.
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“Em nome da precisão jornalística, o leitor do EXTRA não encontra mais a palavra Muralha relacionada ao senhor Alex Roberto Santana Rafael. Alex Santana, o ex-Muralha, mais uma vez desmoralizou o vulgo, levando um frango no jogo contra o Paraná", dizia o pronunciamento.
A polêmica viralizou nas redes sociais e logo chegou ao presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Melo. Sabendo da repercurssão do caso, o mandatário chamou uma entrevista coletiva para defender o goleiro das acusações do jornal.
"Queria expressa minha tristeza e revolta, não só minha, mas como de todos os atletas e funcionários, com relação ao desrespeito que a instituição Flamengo e o nosso atleta Alex Muralha, sofreram com a mateira vinculada pelo jornal Extra", disse o dirigente.
O cartola ainda mostrou sua insatisfação com a mídia: "Eu já venho exigindo respeito ao Flamengo e aos atletas, tenho sido mal interpretado e minhas colocações destorcidas, mas nada chega perto ao que aconteceu hoje".
Bandeira ainda completou seu pronunciamento dizendo que Muralha é um ser humano que tem família e que foi vítima de uma covardia. O goleiro, inclusive, deve ser titular da meta rubro-negra na final da Copa do Brasil. O jogador ficará na vaga da Diego Alves, que não pode jogar porque não foi inscrito na competição.
Pivô da polêmica, o goleiro Alex Muralha divulgou uma nota oficial sobre o caso. Confira o comunicado na íntegra.
"Ao tomar conhecimento do que o Jornal Extra, veículo de imprensa de tanta credibilidade e força, escreveu hoje a meu respeito, eu só posso me sentir indignado. Uma coisa são as críticas que recebemos, e não sou contra, nos fazem crescer. Falhas fazem parte, em qualquer seguimento. Estamos todos sujeitos a isso e buscamos corrigi-las. Brincadeiras da torcida também são normais, o futebol mexe mesmo com todos os brasileiros.
Mas outra coisa é mexer com o ser humano. Isso está longe de ser uma brincadeira. A palavra é humilhação, é execração pública. Seguiram linha semelhante a que usam ao se referirem a bandidos que cometem crimes. Sinceramente, eu me senti sendo 'fichado' como tal na capa do jornal. É muito sério. Foi um posicionamento de mau gosto e até irresponsável. O termo ‘vulgo’, que citam no texto a meu respeito, é normalmente usado para designar bandido, e isso causa constrangimento. É um fato que pode até incitar a violência. Numa época tão difícil, em que a gente vê tanta barbaridade por aí, uma atitude como essa não contribui em nada, nem para o jornalismo esportivo nem para o futebol. A notícia não pode perder para as piadas sem graça, que só quem teve a ideia deve estar rindo.
Pelo menos, estou me sentindo abraçado, e aproveito para agradecer ao apoio que recebi da diretoria, da comissão técnica e de todos os meus companheiros, que ficaram tão revoltados quanto eu. E de vários torcedores nas redes sociais, que entendem a situação e percebem que somos humanos e sujeito a falhas. Por este motivo, me sinto fortalecido, mas não poderia deixar de expressar meu descontentamento.
Só uma brincadeira
Após o pronunciamento oficial de Muralha, o jornal carioca abordou novamente o assunto e assumiu que tudo não passou de uma brincadeira sadia, prometendo chamar o goleiro até de 'Muralha da China' caso volte à boa fase que o levou até a ser convocado para a seleção brasileira. A publicação ainda pediu desculpas aos que não entenderam o comunicado com o tom correto.