Há exatos 30 anos, Sport vencia Brasileirão da Taça das Bolinhas

Time venceu o Guarani na final do Módulo Amarelo e foi declarado campeão pela recusa do Flamengo (vencedor do Módulo Verde) de enfrentá-lo

Futebol|Cesar Sacheto, do R7

07/02/2018 - 16h20 (Atualizado em 22/02/2024 - 08h45)

Há exatos 30 anos (7 de fevereiro de 1988), o Sport vencia o Guarani por 1 a 0, na Ilha do Retiro, na final do Módulo Amarelo do Campeonato Brasileiro de 1987 e, devido à recusa do Flamengo — campeão da Copa União (Módulo Verde) — em enfrentá-lo para a unificação dos títulos, foi declarado campeão nacional daquele ano.

Com o título, o Sport ganhou também o direito de levantar a Taça das Bolinhas, trofeu entregue ao vencedor da competição. Mas o triunfo do time pernambucano nunca foi reconhecido pelo Flamengo e ambos os clubes brigam na Justiça até os dias de hoje.

A diretoria do Sport tem feito uma série de homenagens pelos 30 anos do feito histórico desde o ano passado. Nesta semana, o clube promoveu uma grande festa na sede social com a presença de integrantes daquele time, que inauguraram uma exposição com a Taça das Bolinhas e foram tietados por torcedores rubro-negros.

Regulamento do Brasileirão 1987

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O Brasileirão daquele ano havia sido dividido em duas chaves (Módulos Verde e Amarelo) com 16 equipes cada pela CBF, que passava por grave crise financeira.

Sem recursos para organizar o torneio, a entidade aceitou a proposta do recém-criado "Clube dos Treze", formado pelas agremiações mais bem ranqueados País: Internacional-RS, Grêmio, Atlético-MG, Cruzeiro, São Paulo, Santos, Corinthians, Palmeiras, Bahia, Vasco da Gama, Botafogo, Flamengo e Fluminense.

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Desta forma, a elite do futebol brasileiro disputou o Módulo Verde, batizado de Copa União. O torneio foi vencido pelo Flamengo, que bateu o Internacional na decisão, no Maracanã — 1 a 0 no jogo final, gol do atacante Bebeto.

No entanto, o clube carioca e o time colorado gaúcho deveriam disputar um quadrangular final com os dois primeiros colocados do Módulo Amarelo: Sport e Guarani. Como se recusaram, a CBF declarou o time recifense campeão nacional.

Veja os títulos de Brasileirão marcados por polêmicas em jogos decisivos:

Vasco x Cruzeiro (1974): O regulamento do Brasileirão de 1974
previa que a final teria como mandante a equipe com melhor campanha ao longo de
todo o campeonato. No caso, o jogo deveria ser realizado no Mineirão, pois o
Cruzeiro foi melhor nas fases anteriores. No entanto, o time celeste foi punido
problemas ocorridos em um jogo anterior realizado no Mineirão contra o mesmo Vasco
da Gama e a CBD (Confederação Brasileira de Desportos) transferiu o duelo do Mineirão
para o Maracanã. Além disso, os cruzeirenses reclamam do gol marcado pelo
volante Zé Carlos, nos minutos finais da partida, anulado Armando Marques,
que empataria o jogo em 2 a 2 – o Vasco venceu por 2 a 1 e levantou a taça

Flamengo x Atlético Mineiro (1980): O árbitro José de Assis
Aragão foi acusado pela torcida mineira de ter interferido diretamente na
derrota por 3 a 2 da equipe atleticana para o Flamengo na final, disputada no
Maracanã. Aragão expulsou três jogadores do Atlético Mineiro injustamente,
entre eles, o centroavante Reinaldo, melhor jogador do time

Flamengo x Grêmio (1982): O árbitro Oscar Scolfaro não viu um
pênalti cometido pelo volante Andrade, do Flamengo, que tirou uma bola com a
mão, dentro da área, quando o time carioca vencia o Grêmio por 1 a 0, no
estádio Olímpico, em Porto Alegre, na decisão do campeonato. Era o segundo jogo
da final – o primeiro havia terminado empatado em 0 a 0

Guarani x São Paulo (1986): O árbitro José de Assis de Aragão
deixou de assinalar um pênalti no atacante João Paulo, do Guarani, no jogo
final contra o São Paulo, no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas.
Depois, no minuto final da prorrogação, o atacante Careca, do São Paulo, marca
um golaço e empata o jogo em 3 a 3, levando a decisão para as cobranças de
pênaltis – que o São Paulo venceria. Muitos torcedores bugrinos reclamaram até
hoje da arbitragem

Sport x Flamengo (1987): o Sport vencia o Guarani por 1 a 0, na
Ilha do Retiro, na final do Módulo Amarelo do Campeonato Brasileiro de 1987 e,
devido à recusa do Flamengo — campeão da Copa União (Módulo Verde) — em
enfrentá-lo para a unificação dos títulos, foi declarado campeão nacional
daquele ano

Na decisão da Copa União de 1987, o Flamengo venceu o Internacional por 1 a 0, no Maracanã, com um gol de Bebeto

Santos x Botafogo (1995): O árbitro Márcio Resende de Freitas
validou um gol do atacante Túlio em clara posição de impedimento. O Santos empatou em outro erro do juiz, mas precisava de mais
um gol para ser campeão. No final, o atacante Camanducaia fez um gol legal, mas
a arbitragem, equivocadamente, anulou a jogada

Vasco x Palmeiras (1997): O time carioca decidiu o título com
o Palmeiras. Na primeira partida, no Morumbi, em São Paulo, o atacante Edmundo
recebeu o terceiro cartão amarelo e estaria suspenso
do jogo final. Mas, seguindo orientações da direção da equipe vascaína, Edmundo
forçou a expulsão nos minutos finais e, desta forma, deu oportunidade para que
o clube carioca obtivesse um efeito suspensivo junto ao STJD e atuou no segundo
jogo, no Macaranã. As duas partidas terminaram empatadas em 0 a 0 e o Vasco,
por ter melhor campanha, conquistou o título

Vasco x São Caetano (2000): Vasco e São Caetano disputaram a
final da Copa João Havelange de 2000. O primeiro jogo havia terminado empatado
em 1 a 1. Na partida final, parte do alambrado do estádio São Januário cedeu. O
incidente provocou ferimentos em centenas de pessoas e a remarcação da partida,
que seria disputada no Maracanã. O imbróglio prejudicou a equipe paulista, que
era considerada uma força surpreendente na competição

Corinthians x Internacional (2005): O árbitro Márcio Rezende Freitas deixa de marcar
um pênalti claríssimo do goleiro corintiano Fábio Costa sobre o meio-campista Tinga,
do Internacional, em jogo realizado no Pacaembu, decisivo para as pretensões do
time alvinegro, que lutava com o clube colorado pelo título. O jogo terminou
empatado em 1 a 1 e o Corinthians ficou mais perto da taça. Além disso, 11
jogos apitados pelo árbitro Edílson Pereira de Carvalho tiveram que ser
remarcados por uma denúncia de fraude nos resultados e tal medida alterou a
pontuação das equipes, beneficiando o time paulista.

Vasco x Cruzeiro (1974): O regulamento do Brasileirão de 1974 previa que a final teria como mandante a equipe com melhor campanha ao longo de todo o campeonato. No caso, o jogo deveria ser realizado no Mineirão, pois o Cruzeiro foi melhor nas fases anteriores. No entanto, o time celeste foi punido problemas ocorridos em um jogo anterior realizado no Mineirão contra o mesmo Vasco da Gama e a CBD (Confederação Brasileira de Desportos) transferiu o duelo do Mineirão para o Maracanã. Além disso, os cruzeirenses reclamam do gol marcado pelo volante Zé Carlos, nos minutos finais da partida, anulado Armando Marques, que empataria o jogo em 2 a 2 – o Vasco venceu por 2 a 1 e levantou a taça