Klopp, ex-Liverpool, faz forte desabafo sobre sua vida de treinador
Após 25 anos à beira do campo, Jürgen Klopp encerrou sua trajetória como técnico e afirma não ter arrependimentos. O alemão de 58 anos...
Gávea News|Do R7

Após 25 anos à beira do campo, Jürgen Klopp encerrou sua trajetória como técnico e afirma não ter arrependimentos. O alemão de 58 anos garante estar satisfeito com a nova fase longe da pressão esportiva, agora atuando como chefe global de futebol do grupo Red Bull.
Klopp deixou o comando do Liverpool em 2024, encerrando um ciclo de nove temporadas que inclui conquistas como a Champions League e o título inglês, que pôs fim a um jejum de 30 anos do clube.
Desde então, passou a se dedicar a uma rotina sem os compromissos diários do futebol competitivo: “Não sinto falta de nada”, declarou o ex-treinador em entrevista ao site The Athletic, com clareza e certo alívio.
Segundo ele, os primeiros meses após a saída foram dedicados à família, prática de esportes e atividades simples que não fazia há décadas.
Novo papel no futebol global
Desde janeiro, Klopp ocupa a função de diretor global de futebol da Red Bull. Ele é responsável por implementar filosofia de jogo, coordenar treinadores e supervisionar estratégias de transferências nos clubes da empresa, como RB Leipzig, Salzburg, New York Red Bulls, Bragantino, Paris FC e RB Omiya Ardija.
Ao comentar o novo desafio, destacou a diferença entre as exigências do cargo atual e a intensa rotina anterior.
“Hoje, se alguém me pergunta algo, eu sou o livro mais aberto que conheço”, afirmou, ao mencionar que agora tem tempo para compartilhar experiências acumuladas durante a carreira.
Reflexões sobre a carreira e críticas à FIFA
Apesar das conquistas, o alemão afirma que sua carreira não foi a mais vitoriosa, mas que “teve tudo”. Ele também refletiu sobre o impacto físico e mental da função de treinador, lembrando que em 25 anos compareceu a apenas dois casamentos — incluindo o próprio — e foi ao cinema quatro vezes, todas nos últimos dois meses.
Klopp aproveitou a entrevista para criticar o calendário do futebol internacional, apontando excesso de jogos e ausência de períodos adequados de descanso para atletas.
“Precisamos cuidar das poucas pessoas sem as quais este jogo não existiria: os jogadores”, afirmou, ao comentar a crise de lesões enfrentada por clubes como o Chelsea.
“Não há solução além de parar de organizar novos torneios durante as férias de verão. Não há mais férias para os melhores jogadores. Você não faria isso em nenhum outro campo da vida”.
Compromisso pessoal e encerramento sem arrependimentos
O técnico lembrou de uma promessa feita à esposa, Ulla, em 2001: dedicar-se intensamente por 25 anos, sem distrações.
“Valeu a pena, mas jamais pensei que estaria treinando até o fim da minha vida”, disse. Hoje, sente-se livre para desligar-se quando quiser, e até interromper um treino antes do fim, se assim preferir.
“Visitei tantos países sem ver nada além de hotel, estádio e campo de treino. Na época não sentia falta, mas agora sentiria”, concluiu, ao afirmar que continua no futebol, mas em um papel que o permite aprender todos os dias e, finalmente, viver fora do aquário.