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BRASILEIRO 2022

Jogador do Grêmio sofre de trombose rara e não joga mais em 2025

O lateral João Pedro não jogará mais pelo Grêmio nesta temporada. Isso porque o jogador foi submetido a uma cirurgia para retirada...

Gávea News|Do R7

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Uniforme do Grêmio (Lucas Uebel/Grêmio FBPA)

O lateral João Pedro não jogará mais pelo Grêmio nesta temporada. Isso porque o jogador foi submetido a uma cirurgia para retirada de um coágulo na veia subclávia direita, após ser diagnosticado com uma trombose rara no ombro, e ficará afastado até a pré-temporada de 2026.

A situação do atleta chamou a atenção do Departamento de Ciência, Saúde e Performance do clube pela complexidade. O diagnóstico identificou uma trombose venosa na região abaixo da clavícula, conhecida como Síndrome de Paget-Schroetter, relacionada a esforços repetitivos nos membros superiores.

A condição é incomum no futebol e atinge cerca de um a dois casos a cada 100 mil pessoas por ano, segundo estudo recente da Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA. O médico Anderson Donelli, coordenador do setor médico do Grêmio, relatou os primeiros sinais apresentados pelo atleta.

"Ele se queixou inicialmente de uma dor e de um inchaço no braço. Não tinha nenhum outro sinal diferente que sugerisse outra lesão, o que nos motivou a fazer um exame de imagem", explicou.


Após a tomografia, suspeitou-se de ruptura muscular, mas o exame revelou a presença do coágulo.

Causas e risco potencial


O quadro clínico tem origem em outra condição anatômica chamada Síndrome do Desfiladeiro Torácico, que provoca compressão da veia subclávia entre a clavícula e a primeira costela.

Essa compressão, agravada por movimentos repetitivos, dificulta a circulação do sangue e favorece a formação de trombos.


Segundo Donelli, caso o problema não tivesse sido detectado a tempo, o coágulo poderia se deslocar até os pulmões, provocando uma embolia pulmonar — situação que representa risco à vida.

"A Síndrome do Desfiladeiro Torácico faz com que a veia passe entre a clavícula e a primeira costela, e a veia acaba sendo comprimida quando esse espaço é muito estreito", detalhou o médico, que também atua no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre.

Procedimentos e tratamento

João Pedro foi operado na segunda-feira da semana passada. A cirurgia, chamada trombectomia mecânica, foi realizada no Hospital Moinhos de Vento pelo cirurgião vascular Sharbel Boustany, acompanhado pelo próprio Donelli.

Após o procedimento, o atleta recebeu alta da UTI e já deixou o hospital para seguir tratamento em casa.

Agora, o lateral tomará anticoagulantes por três meses, período no qual está impedido de realizar atividades físicas de contato. A comissão médica avalia a necessidade de uma nova cirurgia para retirada da primeira costela do lado direito, a fim de corrigir a compressão anatômica e prevenir novos episódios.

"Ele tem indicação de ficar três meses anticoagulado. Ele fica impedido de praticar esporte competitivo por um tempo para evitar choques, que podem gerar sangramentos graves. E também vai ter que ser corrigido essa síndrome", acrescentou Donelli.

Situação no elenco e futuro

O lateral renovou contrato com o Grêmio no início do ano, com vínculo até dezembro de 2027. Em maio, ele já havia sofrido uma fratura na tíbia esquerda e retornou aos gramados apenas em setembro. Contudo, a nova complicação interrompeu novamente sua sequência.

Sem João Pedro, o técnico Mano Menezes contará com Marcos Rocha e Gustavo Martins como opções imediatas para a lateral direita. João Lucas, que também atua na posição, está fora dos planos da comissão técnica.

A expectativa do departamento médico é de que ele esteja liberado para treinar sem restrições a partir da pré-temporada de 2026, embora possa retornar com alguns dias de atraso, dependendo da avaliação clínica e de possíveis intervenções cirúrgicas adicionais.

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