Ex-Flamengo relembra antiga estrutura do clube: “queria ir embora…”
Após um período de reestruturação iniciado em 2016 pela gestão Bandeira de Mello, o Flamengo conseguiu superar antigos problemas financeiros...
Gávea News|Do R7

Após um período de reestruturação iniciado em 2016 pela gestão Bandeira de Mello, o Flamengo conseguiu superar antigos problemas financeiros que marcaram décadas no clube e, hoje, é a equipe brasileira de maior faturamento na atualidade. O Rubro-Negro superou a época das vacas magras e detém receita bruta de R$ 1,3 bilhão.
A reestruturação financeira proporcionou ao clube investir em melhorias, e hoje, o CT Ninho do Urubu é uma referência no país - e na América do Sul -, como uma infraestrutura invejável e que segundos jogadores com passagens pela Europa, não perde para nenhum clube do Velho Continente.
O cenário atual, no entanto, contrasta com a década passada. Em entrevista à ESPN, Héctor Canteros, 36 anos, hoje no Sacachispas, da 3ª divisão argentina, relembrou a “época raiz” no Rubro-Negro. Titular em 2014 e 2015, o argentino foi uma das contratações mais badaladas da gestão Eduardo Bandeira de Mello, período de briga contra o rebaixamento.
Ele contou que até Paolo Guerrero se assustou com o centro de treinamento após deixar o Corinthians. Segundo Canteros, a reação ocorreu no primeiro contato do peruano com o CT.
"Quando cheguei ao Flamengo, em 2014, o time vivia uma situação muito difícil economicamente, estava em último no Brasileiro. Lembro quando chegou o Guerrero, em 2015. Ele chegou ao CT e queria ir embora. Todo mundo segurou ele, falando para ficar. Rodrigo Caetano segurou".
O ex-volante detalhou a precariedade da estrutura no Ninho do Urubu à época. Ele descreveu chuveiros insuficientes e improvisos de jogadores para lidar com o calor.
"Ele vinha do Corinthians, com estrutura muito boa. Era o Flamengo raiz. Sempre lembramos desse momento e rimos. Tinham seis chuveiros para 40 jogadores. Quando faziam dois períodos, Paulinho, Everton, Alan Patrick dormiam na academia para ter o ar mais frio. Agora tem hotel e quarto para todos. É outro patamar".
Canteros também relatou a pressão dos torcedores e a rotina de viagens sem voos fretados. Ele disse que o elenco recebia palestras de coaches e do BOPE para motivação.
"Na época sempre tinham protestos. Torcida falando com a gente no aeroporto, palestra de coaches e até do BOPE para nos incentivar. Torcida nos pegava no aeroporto. A gente compreendia a importância da torcida, era normal para a gente".
"A gente não tinha voo fretado, era no meio de todos. Quando a gente empatava ou perdia, os torcedores iam xingando a gente no aeroporto. Passamos anos difíceis. Valeu a pena. Foi boa a experiência. Feliz por ter defendido o Manto Sagrado. Não caiu para a Série B, foi uma satisfação muito grande".