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BRASILEIRO 2022

Opinião: Gabigol finaliza o Galo, que não resistiu à panela de pressão do Maracanã

O “predestinado” reencontrou sua estrela, graças à competência de Filipe Luís

Futebol|Vladimir Porfírio, especial para R7

Gabigol comemora gol na vitória do Flamengo sobre o Atlético-MG MARCELO DE JESUS/MDJPHOTOS/ESTADÃO CONTEÚDO — 03.11.2024

O Maracanã não se cabia de alegria ao assistir ao renascimento da mística de Gabigol, nesse primeiro jogo da final da Copa do Brasil 2024. O Flamengo venceu o Atlético por 3 a 1, em uma partida que teve o cheiro inconfundível das grandes tardes/noites rubro-negras, celebrando a redenção de Gabigol, apontado para a lista de dispensas.

O “predestinado”, depois de meses sem um gol de bola rolando, reencontrou sua estrela, graças à competência de Filipe Luís que, como um maestro, soube afinar o futebol bom do craque, posicionando-o de maneira diferenciada.

Num espaço em que a marcação do Atlético deu uma fração de segundo, lá estava ele, atento, preciso, inapelável. Era dia de gol, do Gabigol, duas vezes!

Foi quase como se Filipe Luís colocasse o camisa nove em seu habitat natural, à espreita, pronto para o bote certeiro. Gabigol renasceu no momento exato, calando dúvidas e reafirmando seu faro de artilheiro das decisões.


A escalação montada por Filipe Luís, aliás, foi uma resposta clara aos desfalques, numa aula de adaptação tática. Ele deu ao Flamengo uma nova forma de atacar, uma opção que surpreendeu até os mais otimistas.

Michael, agora sem amarras, flutuou pelos dois lados do campo, levando perigo constante, numa movimentação que partia quase sempre dos pés engenhosos de Gerson.


Gerson, o gênio silencioso, que fazia a bola girar a sua volta, como planetas que giram em torno do sol. Cada toque de Gerson parecia acender a lâmpada das ideias no ataque rubro-negro.

É ele que inicia, que pensa, que vislumbra antes dos demais, sempre amparado pela viabilidade tática oferecida por Arrascaeta, sempre magicamente posicionado.


Não se pode ignorar, entretanto, que o Flamengo foi menos Flamengo, com atuações que destoavam, como Plata e Alex Sandro.

A torcida saiu do estádio com a alegria do triunfo, mas entre aplausos houve também um lamento contido — a atuação de Léo Ortiz, que, por um instante, parecia próximo de encerrar a noite como um dos gigantes da defesa rubro-negra, mas acabou marcado pela falha que desandou o jogo e mudou o tom da história, no gol do Atlético.

Léo Ortiz é o personagem trágico de uma noite quase perfeita. Em meio a uma partida sólida, que tinha tudo para ser uma de suas melhores atuações, veio o deslize — aquele segundo que o futebol, implacável, não perdoa.

É o lamento do zagueiro que sabe que estava a um triz da glória, mas que, num instante, viu a história se escrever ao contrário.

O Flamengo sai em vantagem, e com uma atuação que, sim, é de encher de orgulho o coração rubro-negro. Mas fica o aviso: finais são feitas de imprevistos, de lampejos e de falhas. É preciso que cada jogador esteja pronto para ser, ao mesmo tempo, herói e humano. Que o diga Léo Ortiz. Que o diga Gabigol.

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