Futebol não pode tolerar assédio, diz Conselho Fiscal sobre Caboclo
Órgão de controle enviou carta ao Conselho de Ética defendendo afastamento do presidente acusado por uma funcionária
Futebol|André Avelar, do R7
O Conselho Fiscal da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) se manifestou a favor do afastamento de Rogério Caboclo da presidência da entidade. Em carta enviado ao Conselho de Ética, o departamento afirmou que “o futebol não pode mais tolerar o assédio e a misoginia”. Caboclo é acusado de assédio sexual e moral contra uma funcionária.
No documento ao qual o R7 teve acesso, o presidente Antônio Carlos de Oliveira Coelho e os membros efetivos Arthur Carlos Briquet Junior e Marco Antônio Russo reforçam que a Comissão de Ética, que decidiu pela prorrogação do afastamento de Caboclo por mais 60 dias, corrija o que chamam de inaceitáveis desvios de conduta.
“O futebol brasileiro não tolera mais o racismo. O futebol brasileiro não tolera mais o preconceito e a discriminação. O futebol brasileiro não pode mais tolerar o assédio e a misoginia”, diz o texto. “Atitudes como as cometidas pelo presidente afastado envergonham todos aqueles que se dedicam, lutam e trabalham diuturnamente pelo engrandecimento do futebol brasileiro.”
O trio que assina o documento foi eleito na chapa de Caboclo em abril de 2018 e, diante das acusações, se posiciona em favor do afastamento do mandatário. O Conselho Fiscal tem a responsabilidade de emitir o parecer sobre a saúde financeira da entidade.
“Nesse momento em que a CBF atravessa a maior crise de seus 107 anos de existência, não poderíamos nos furtar do exercício escorreito de nosso mister na condição de Conselheiros Fiscais desta instituição”, continua o texto.
Caboclo nega todas as acusações e se diz vítima de uma jogada política do ex-presidente e seu antigo padrinho na CBF, Marco Polo Del Nero, banido do futebol por corrupção.
Palavra do presidente
Depois da publicação da notícia, a assessoria de Caboclo disse que o presidente da CBF estranha a manifestação de um órgão que tem como atribuição a fiscalização financeira da entidade.
“Os integrantes do referido Conselho antecipam a ideia de condenação de Rogério Caboclo, o qual nem mesmo apresentou defesa ou foi ouvido, o que só se justifica se a manifestação tiver sido motivada por pressões políticas”, diz o texto.
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