Flu merecido. Um movimento no falido e alquebrado Estadual do Rio
Tricolor tocou estratégia com maestria. Fla blasé dos incompreendidos parecia achar que o mundo só existia quando ele tinha interesse. Pois deu no que deu
Futebol|Eduardo Marini, do R7
Fluminense um, Flamengo um. Fluminense três a dois nos pênaltis.
O falido Campeonato Fluminense continuará.
Flu merecidíssimo. Se interessou pelo jogo e pela vida mais do que o Flamengo.
Jogou o jogo com seriedade, ao contrário do Flamengo.
No primeiro tempo, o Fluminense executou com maestria a sua estratégia. Aplicou bem a marcação na sua entrada da área enquanto se desafogava pela esquerda, nas costas do avanço do Rafinha.
Cumpriu bem esse protocolo, para usar uma palavra da atualidade, e fez o seu gol aos 37 minutos da etapa inicial, não por acaso numa jogada pela esquerda. Numa cobrança de falta, Egídio encontrou Marcos Paulo, que desviou de cabeça para Gilberto, que mandou para as redes.
Definiu uma estratégia, reconheceu o poder do adversário e fez um caminho bacana.
Fez um jogo de um time interessado, dedicado ao jogo.
E não foi retranca – foi tática.
Jogou um primeiro tempo disciplinadíssimo, concentrado.
E um segundo tempo aplicou seu planejamento, sua tática.
Travou o Flamengo no meio campo, uma coisa que o rubro-negro não conseguiu corrigir, e triunfou merecidamente.
Um capítulo final antecipado e melancólico, com o Maracanã vazio e silencioso, de um campeonato que acaba atolado em brigas jurídicas, lances de amadorismo e descumprimento de palavra empenhada.
Atitudes que só contribuem para ferir ainda mais um Estadual hoje extremamente desgastado, mas que por muitas décadas foi considerado o mais charmoso do futebol brasileiro.
Um Estadual que, entre outros equívocos brutais, implodiu a beleza de um regulamento minimalista, com decisão simples entre os dois campeões de turno ou o título ao vencedor de ambos, em favor de regras estrambóticas e populistas que, no limite, podem até impedir o clube campeão das duas fases da disputa, as taças Guanabara e Rio, de levar o caneco.
O canal de tevê dono dos direitos do Estadual abriu mão de transmitir a partida, mas decidiu pagar por elas até o fim. Algo poderia ser mais surreal? Pois vamos lá: pressionada pela federação estadual a mudar de ideia, a emissora entrou na Justiça para... não transmitir o produto que é seu por contrato pago a bom preço. Sim, algo poderia ser mais surreal.
Ainda que se considere correto o argumento do Flamengo de que o mando de campo numa decisão de turno ou campeonato deve ser compartilhado em caso de partida única, o que é no mínimo discutível, não há nada que justifique uma luta de última hora para transmitir a partida também em seu canal após ter liberado a partida para que Fluminense e Globo com desejo de “boa sorte”, como fizeram os cartolas rubro-negros na segunda-feira (6).
Retorno polêmico, discussões, idas e vindas nos tribunais... O que recomeça com polêmica e sem consenso também pode terminar errado.
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