Federação e clubes precisam saber sobre volta do futebol até sexta
Instituições que cuidam do esporte em Santa Catarina esperam resposta do Governo do Estado para petição que pede retorno gradativo de atividades
Futebol|Carla Canteras, do R7
A Federação Catarinense de Futebol (FCF) e a Associação de Clubes Profissionais de Santa Catarina (SCClubes) esperam que até a próxima sexta-feira (24) o Governo do Estado de Santa Catarina e o Centro de Operações de Emergência em Saúde respondam à petição entregue no último dia 17, em que pedem autorização para a volta gradativa do futebol no Estado com o retorno do Campeonato Catarinense, paralisado desde 15 de março devido à pandemia do novo coronavírus.
Os clubes estão parados desde março e as férias dos jogadores estão previstas até 30 de abril. De acordo com Claudio Gomes, CEO da SCClubes, as entidades precisam da resposta para conseguir organizar a volta ou não das atividades.
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"Precisamos pensar nas atitudes após o parecer do Centro de Emergência. São muitas pessoas envolvidas para mobilizar caso tenhamos a liberação oficial. Se não pudermos voltar, nossa indicação aos clubes será para que ajam economicamente como puderem com seus funcionários e jogadores", explicou Claudio Gomes.
Junto com a petição feita pelas entidades que cuidam do futebol em Santa Catarina foi entregue um Guia Médico com detalhes sobre a volta gradativa das atividades. O documento feito em conjunto com o médico do Avaí Luis Fernando Funchal, que é do comitê da CBF, e pelo infectologista Valter Rotolo Araújo, cria regras a serem seguidas pelos clubes.
"Estamos baseados em conceitos médicos e científicos. Não queremos que a volta seja de uma hora para outra. A intensão é que os jogos voltem só dia 16 de maio e depois de cumprir o que foi colocado pela junta médica. O Brasil é um país continental e a realidade dos estados são diferentes. Por exemplo, São Paulo é o epicentro da pandemia e pode pensar de diferente", afirmou o CEO.
De acordo com os dados oficiais, Santa Catarina tinha até a última terça-feira 1.091 pessoas infectadas e 36 mortes causadas pela covid-19.
Proposta da Federação e Associação
O guia sugere que a retomada aconteça em cinco fases, sendo sempre respeitada as questões de higienização e desinfecção dos locais onde aconteriam as atividades.
Na primeira, os atletas teriam de passar por uma triagem diária em que seria medida a temperatura, eles responderiam questionários sobre como está desenvolvimento respiratório dele e da família e passariam por testes rápidos para detectar a possível infecção da doença. A partir daí, eles voltariam os treinos em pequenos grupos respeitando distanciamento.
Na segunda fase, seriam refeitos os testes e os jogadores poderiam começar os treinos coletivos.
A terceira e quarta fases se referem à volta das partidas. Os jogos aconteceriam com portões fechados e somente os staffs dos dois clubes envolvidos e a imprensa teriam autorização para entrar nos estádios. Além disso, os elencos passariam novamente por testes para checar se as pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus.
Nas viagens dos clubes, a determinação é de que as viagens aconteçam preferencialmente no próprio dia das partidas e de ônibus. Sendo que o staff teria de ir em dois veículos, já que seriam permitidas só duas pessoas por fileiras de bancos. No caso da necessidade de viagens aéreas, os clubes teriam de respeitar todas as regras da Anac.
A quinta e última fase é voltada aos departamentos de competições da instituições que cuidam do futebol, já que indicam que todos estejam preparados caso o calendário precise ser alterado devido à pandemia.
Custos da retomada
Todas as medidas representarão custos extras para que o campeonato volte. De acordo com a SSClubes os times não teriam de mexer nos orçamentos agora. "Com o retorno das atividades, entram as verbas de transmissão e o dinheiro dos programas de sócio torcedores, mesmo sem ir ao estádio o associado poderá ver pela telvisão e dessas entradas conseguiríamos viabilizar a volta", contou Claudio Gomes.
Pelo guia médicos, teriam de comprados muitos testes e o CEO afirmou que a associação já tem planejamento para isso. "A realidade dos clubes daqui é muito parecida. Por isso, fizemos um estudo de valores e vamos fazer uma comprar de testes coletiva. Depois decidimos quem pagará: a Associação, a Federação com o dinheiro que vai entrar. É importante voltar se não o cenário pode ser devastador para o futebol", alertou Claudio.
Acertos com jogadores e CBF
A FCF e a SCClubes esperam a resposta do Governo de Santa Catarina para a partir daí conversar com a associação dos atletas e todas as outras partes envolvidas no retorno das atividades.
O R7 entrou em contato com Rubens Angelotti, presidente da Federação Catarinense de Futebol, para saber como está a conversa com a CBF sobre o retorno e ainda obteve resposta.
A assessoria de imprensa da Confederação Brasileira também foi perguntada sobre o possível retorno e o R7 também não foi respondido.
A assessoria de imprensa do Governo de Santa Catarina respondeu que a solicitação segue em análise.
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