Ex-Villarreal, Marcos Senna critica racismo na Espanha
Volante, porém, isenta seu ex-clube de culpa e quer voltar para o Villarreal no cargo de dirigente
Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7
O volante Marcos Senna, do New York Cosmos, jogador por 11 temporadas do Villarreal, também se indignou com a atitude racista de torcedor do clube espanhol, que, neste domingo (27), atirou uma banana em direção ao brasileiro Daniel Alves.
Em entrevista exclusiva ao R7, ele disse nunca ter sido vítima de racismo, mas testemunhou casos pela Espanha afora. E dá o exemplo dos Estados Unidos, país em que atua, para acabar com o problema.
— A lei funciona mais rápido aqui. Não existe nem ameaça de ato racista.
O jogador, que é negro, garante que o Villarreal é um modelo de clube.
— Fiquei surpreso com o que aconteceu, por ter sido no Villarreal. Nunca vivi isso. Vi situações de racismo, não em relação a mim, em outras equipes. No Villarreal nunca. É um ato completamente reprovável, isolado, e o clube já identificou o indivíduo para que ele não vá mais aos jogos.
A ligação de Marcos Senna com o Villarreal continua forte. Aos 38 anos, o jogador ainda não pensa em parar. Até pretende voltar para a Espanha e trabalhar no clube espanhol após o término da carreira.
— Temos um projeto com o clube para que eu retorne para lá quando parar de jogar. Enquanto me sentir bem vou continuar jogando. Depois, existe a possibilidade de eu voltar para a Espanha para colaborar com o Villareal na parte diretiva.
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Marcos Senna nasceu em São Paulo e se naturalizou espanhol durante sua passagem pelo Villareal. Defendeu a seleção da Espanha, conquistando o título da Eurocopa em 2008, sob o comando de Luís Aragonés. O portão de acesso nº 19 do estádio El Madrigal, do Villareal, é chamado Puerta Marcos Senna, em homenagem à decisão do jogador de, mesmo com o Villareal rebaixado, renovar por mais um ano em 2012.
— A Espanha me acolheu bem. Aonde vou me adoram, este problema de racismo não é uma questão espanhola, é de vários países da Europa.
O volante está no NY Cosmos desde julho de 2103. A equipe, que já teve no elenco Pelé, Beckenbauer, Chinaglia e Carlos Alberto Torres, entre outros, foi refundada após ficar 29 anos sem atividade. Atualmente está inscrita na North American Soccer League (NASL), outra liga de futebol nos Estados Unidos, além da Major Soccer League (MLS). O Cosmos se sagrou campeão em novembro de 2013, em sua primeira temporada de retorno. Marcos Senna fez o gol da vitória por 1 x 0 sobre o Atlanta Silverbacks.
O meia, campeão mundial pelo Corinthians em 2000, se sente à vontade no clube.
— Claro que nos Estados Unidos o nível do futebol não é o mesmo da Inglaterra, Espanha ou Brasil, que ainda considero ter um dos mais fortes campeonatos do mundo. Há uma certa diferença. Mas não é fácil. Como em outros lugares, se você não se preparar bem não terá êxito.