Especialistas em marketing condenam contratação de Bruno
Boa Esporte acertou contrato de dois anos com o goleiro, acusado de assassinato
Futebol|Do R7*
O Boa Esporte, de Varginha (MG), acertou contrato de dois anos com o goleiro Bruno na tarde desta sexta-feira (10). O jogador retorna ao futebol seis anos após deixar a prisão por seu envolvimento no assassinato da ex-amante Eliza Samudio. O ex-camisa 1 do Flamengo foi condenado a 22 anos e três meses de cárcere. Mas até que ponto a contratação do jogador pode favorecer ou prejudicar o time?
Para o diretor-executivo do Desportivo Brasil José Carlos Brunoro, em termos de marketing e imagem a contratação do goleiro não irá favorecer o Boa Esporte em nenhum aspecto.
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“Por estar empregando [o Boa Esporte] um jogador que foi condenado, o clube ficará conhecido por uma estratégia errada, como quem empregou um atleta muito mal visto perante a sociedade. Em termos de marketing não vejo a necessidade alguma em contratar o goleiro”.
De acordo com o sócio-diretor executivo de planejamento da Peppery Bruno Bernardo, a associação com o goleiro Bruno é negativa tanto para o clube quanto para as marcas que os patrocinam.
“Foi-se o tempo em que somente aparecer era o suficiente. Afinal, visibilidade pode trazer respostas positivas ou negativas ao esforço feito, e os consumidores têm opiniões a qualquer ação de uma marca, principalmente por meio das redes sociais. Não à toa, as marcas que mais crescem hoje em dia são aquelas que estão relacionadas às causas nobres. E contratar alguém que foi condenado por homicídio dificilmente trará benefícios a qualquer lado”, explicou Bernardo.
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José Carlos Brunoro ainda disse que o clube ficará mais conhecido com a contratação de Bruno, mas que usar esse tipo de imagem para tal feito é desnecessário, ainda mais porque o desempenho do goleiro nos gramados pode não ser mais o mesmo após ter ficado anos sem jogar.
Questionado a respeito do fato de algumas pessoas terem tirado selfies com o goleiro logo após a saída do atleta da prisão, Brunoro disse que não é necessário ter este tipo de conduta.
“Acho desnecessário tirar selfie com um homem que foi condenado por participação em um assassinato. Ninguém precisa ter esse tipo de conduta em tirar uma selfie somente porque ele é famoso, independente se foi por algo positivo ou negativo. Temos que levar em consideração o que ele fez para se tornar tão conhecido”.
*Marília Galvão, estagiária do R7, e Paulo Amaral