Drogba, o ídolo da Costa do Marfim que busca última chance na Copa
Futebol|Do R7
Aos 36 anos, Didier Drogba, a lenda do futebol marfinense, prepara-se para disputar no Brasil sua terceira, e provavelmente última, Copa do Mundo com os 'Elefantes'.
O atacante que brilhou no Chelsea (2004-2012) não parece estar pronto para a aposentadoria, mesmo tendo anunciado nesta semana sua saída do Galatasaray turco, clube com o qual estava em fim de contrato. As oportunidades de brilhar com a seleção da Costa do Marfim, porém, são cada vez mais raras. Este Mundial e em seguida a Copa Africana de Nações no Marrocos, em 2015, devem ser as últimas chances que o ídolo marfinense terá de defender seu país.
Será que Drogba vai aproveitar esta chance para acabar com a maldição que parece assombrar os Elefantes? É difícil fazer da Costa do Marfim um dos favoritos para o Mundial brasileiro e é provável que o jogador tenha que esperar a competição marroquina para, enfim, conquistar um troféu para seu país. Mas, após as desilusões de 2006 e 2010, ele ficaria satisfeito com uma aparição nas oitavas de final da Copa, algo que seria inédito para os marfinenses.
Nos clubes pelos quais jogou, Drogba, herói da final da Liga dos Campeões de 2012, venceu tudo. Mas também teve várias decepções com a seleção. O título de campeão africano sempre escapou, apesar de chegar às finais de 2006 e 2012. Em Copas, a desculpa sempre foi o azar. Em 2006, os Elefantes caíram num grupo com Argentina, Holanda e Sérvia. Em 2010, os adversários foram Brasil e Portugal.
Desta vez, a sorte parece ter ajudado. Na Copa do Mundo do Brasil, os africanos enfrentarão Colômbia, Grécia e Japão, formando um Grupo C em que os quatro países parecem ter as mesmas chances de avançar à próxima fase.
Esta pode ser a oportunidade que Drogba estava procurando para deixar sua marca num Mundial. É verdade que o atacante não tem mais 20 anos. Na CAN-2013, o técnico Sabri Lamouchi chegou até a deixar o atacante no banco em alguns jogos, algo impensável até então.
Após oito anos de Cheslea, o exílio na China (Xangai Shenhua) tinha jeito de pré-aposentadoria, mas a recente passagem pelo futebol turco (onde recebeu 10 milhões de euros em 18 meses) deu um novo fôlego à carreira de Drogba.
Com a seleção da Costa do Marfim, Drogba parece ter um vínculo que ultrapassa a condição esportiva. Apesar da ameaça de abandonar a seleção depois da eliminação na fase de grupos do Mundial-2006, em função de desavenças políticas e religiosas no elenco, ninguém esquece o papel de Drogba na reconciliação de um país devastado pela guerra civil, como na partida disputada pela seleção marfinense em Bouaké, centro de uma rebelião, em 2007.
A CAN-2015 deve ser a última prova de amor à seleção da Costa do Marfim.
Hoje, Drogba precisa provar que ainda tem futebol para defender um grande clube europeu. A imprensa inglesa fala de um possível retorno ao Chelsea, onde o atacante voltaria a atuar em Stamford Bridge, palco de suas maiores exibições, junto com José Mourinho, técnico que o tirou do Olympique de Marselha e o levou a Londres em 2004.
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