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BRASILEIRO 2022
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Do cannoli do intervalo ao alambrado, como Rua Javari mantém a 'mística do futebol raiz'

Juventus-SP tem adeptos de diversas idades e exemplifica o futebol na sua essência, o verdadeiro futebol de bairro

Futebol|Do Live Futebol BR


Rua Javari e o estádio do Juventus
Rua Javari e o estádio do Juventus

Um xingamento ao bandeirinha aqui, um cannoli no intervalo ali e um amor gigantesco a uma camisa bordô. No alto do número 117 da Rua Javari, no bairro da Mooca, em São Paulo, o Estádio Conde Rodolfo Crespi se ergue.

Enraizado com arquibancadas de concreto, que já viram tantas histórias e presenciaram tantas movimentações, a mística da Rua Javari se mantém. Mesmo em 2023, em um futebol brasileiro impregnado de arenas modernas em que a cadeira é parte obrigatória da decoração, o Juventus-SP mostra o lado talvez mais comum do futebol, aquele hoje tão saudado como "raiz".

Logo no 4º dia de 2023, a Rua Javari recebeu o primeiro jogo do grupo 31 da Copinha. Juventus, dono da casa, contra o São Caetano. O clima em volta do estádio é aquele que todo o fã de futebol ama. Churrasco, pipoca, crianças com os pais e mães e muito sorriso no rosto.

Dentro do gramado, o primeiro erro do jogador adversário já serve de provocação para o torcedor na arquibancada. Sem celular, sem flashes, sem nada, apenas o canto de alguma música da torcida e os olhos atentos ao próximo lance.

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É nesse clima que Vincenzo Romano, de 51 anos, e seu sobrinho, Guilherme Romano, de 15, se apegam para amarem ir a jogos do Juventus. Do Tatuapé, bairro próximo à Mooca, eles vão de carro até a Rua Javari acompanhar o time, seja na Copinha ou na Série A2 do Paulistão.

"Sempre estou com meu tio aqui no Juventus. Às vezes não consigo ver o jogo do São Paulo, mas no Juventus sim", comenta Guilherme, que torce também para o Tricolor Paulista.

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"Eu gosto bastante do time, você fica mais perto do gramado", complementa. "É raiz. Não é essas arenas modernas. É mais como se fosse amador, de ficar de pé nos alambrados. Às vezes dá umas cutucadas nos bandeirinhas que ficam perto [risos]... nos goleiros atrás do gol", adiciona Vincenzo.

Vincenzo e Guilherme sempre vão aos jogos do Juventus-SP
Vincenzo e Guilherme sempre vão aos jogos do Juventus-SP

Yormax balança às redes aos 44 minutos do 1º tempo. Explosão da torcida. No 2º, é a vez de Masson, de pênalti, ampliar e dar a vitória ao Juventus por 2 a 0. No meio dos mais de 90 minutos de partida, três pancadas de chuva forte. O pequeno espaço coberto quase superlota. Os mais corajosos não saem da chuva e não param de cantar.

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Torcida do Juventus-SP no confronto contra o São Caetano na Copinha
Torcida do Juventus-SP no confronto contra o São Caetano na Copinha

"Aqui temos uma tradição italiana e a gente tem também uma torcida que copia muito as torcidas argentinas, porque o Juventus gosta do modelo de torcer argentino", destaca Vincenzo. Eles não pararam nenhum segundo, literalmente.

Essa é a cultura de bairro, exemplificada por um jogo na tradicional Rua Javari, mas por toda São Paulo ou qualquer região do Brasil há um campinho de futebol, uma arquibancada e pessoas felizes. Esse é o verdadeiro futebol raiz.

"O Juventus é um time que tem muitos simpatizantes, dá até a impressão que não tem, mas tem. Não só no bairro, mas fora também. Pra mim é o primeiro, mas tem muita gente que considera o segundo", completa Vincenzo.

No fim do jogo, ele vibrava. Mais uma vitória do Juventus, mais uma alegria ao lado do seu sobrinho...

Reportagem de Leonardo Sasso, do Live Futebol BR

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