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BRASILEIRO 2022

De escândalo com Bauermann a jogadores na balada: entenda tudo que levou à crise no Santos

O 2023 do Peixe é traumático, com três eliminações seguidas, Vila sob risco de interdição, protesto da torcida e muito mais

Futebol|Do R7

O que explica a crise no Santos?
O que explica a crise no Santos?

O Santos vive talvez um dos piores capítulos em seus 111 anos de história. E isso vai além dos dez jogos sem vitória, da Vila Belmiro de portões fechados e dos jogadores flagrados em baladas na madrugada paulistana. Esse é o terceiro ano seguido de resultados frustrantes, eliminações precoces em competições e brigas contra o rebaixamento nos campeonatos Paulista e Brasileiro.

Mas o que explica a crise santista? Como um time foi de vice-campeão da Libertadores a uma equipe que se acostumou a lutar contra o rebaixamento? O Peixe tem problemas financeiros, é bem verdade, mas a situação já não é mais a catástrofe encontrada por Andrés Rueda quando o empresário assumiu como presidente do clube praiano em 2021.

Depois de dois anos “cortando na carne”, Rueda prometeu um 2023 melhor para o torcedor santista. O planejamento para a atual temporada começou ainda em 2022, depois de o Peixe terminar a temporada sem treinador e sem executivo de futebol — o que geraria outro problema mais à frente. Foram contratados Odair Hellmann e Paulo Roberto Falcão para as respectivas posições.

Além da dupla, o Santos contratou Messias, Stiven Mendoza, João Lucas, Dodi e Vladimir para a disputa do Paulistão. Ainda assim, mesmo com uma longa pré-temporada e investimentos no elenco, o desempenho do time foi decepcionante, e o Peixe, pelo terceiro ano seguido, não conseguiu se classificar para as quartas de final do estadual, em que um dia o clube foi dominante.


Queda no Paulista

A derrota por 3 a 0 para o Ituano na última rodada do Paulistão, no jogo que valia a classificação, parecia um divisor de águas. Mas a diretoria do Santos, depois de seis trocas de treinador, bancou Odair Hellmann. Foram mais 40 dias de intertemporada, tempo mais do que suficiente para o treinador aperfeiçoar suas ideias, ou para que a diretoria santista buscasse outro nome no mercado. Nenhuma das duas coisas foi feita.

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Além do desempenho abaixo do esperado, era nítida a necessidade de reforços, mas a diretoria santista parecia não entender a urgência da situação. Lucas Lima, Daniel Ruiz, Alison, Joaquim, Bruno Mezenga, Luan Dias e Gabriel Inocêncio foram contratados. Os nomes trazidos nada mais eram do que apostas, mas ninguém que veio efetivamente elevou o status do time.


Quedas na Sul-Americana e na Copa do Brasil

Mesmo com um futebol que deixava a desejar, o Santos ainda assim conseguiu alguns bons resultados no início de maio. Venceu, pelo Brasileiro, América-MG, Vasco e Bahia (por 3 a 0) e empatou com Atlético-MG e Palmeiras. Na Sula, o time ainda brigava pela classificação e estava vivo na Copa do Brasil. Na virada de mês, porém, tudo mudou.

Os resultados começaram a refletir aquilo que o campo já gritava: o Santos era um time extremamente pobre de ideias. Foram vários os bailes de bola tomados pelo Peixe em sequência, contra adversários de diferentes níveis: RB Bragantino, Audax Italiano-CHI, Newell’s Old Boys-ARG, Bahia (sim, o mesmo Bahia) e Corinthians.

As eliminações na Sul-Americana e na Copa do Brasil davam o tom do que viria no futuro. A temperatura nos bastidores do Peixe aumentava a cada dia. A torcida fez protesto na porta do CT Rei Pelé antes do clássico com o Corinthians, e as lideranças do elenco prometeram entregar vontade, raça, mas também prometeram a vitória, que não veio. Muito pelo contrário.

O Santos foi engolido por um também questionável Corinthians em plena Vila Belmiro. A revolta da torcida levou o jogo a ser encerrado antes dos 90 minutos, após bombas e rojões serem atirados por membros de torcidas organizadas contra os jogadores. Se antes fervia, agora os bastidores do Peixe entraram em ebulição.

Não dava mais para segurar Odair Hellmann, por mais que a diretoria visse com questionáveis bons olhos o trabalho do técnico. O treinador foi demitido no dia seguinte, e o Peixe logo anunciou seu substituto: Paulo Turra, recém-chutado do Athletico-PR após saída de Felipão para o Galo.

Para piorar, o STJD determinou que o Santos jogasse, por 30 dias, sem torcida em jogos tanto na Vila quanto fora de casa. No primeiro duelo depois desse turbilhão de acontecimentos, contra o Flamengo, o torcedor que acompanhou pela televisão viu um time que mostrava apatia total em relação ao contexto em que estavam. O Rubro-Negro parecia jogar quando queria e marcou com facilidade seus três gols, ainda que tenha praticamente “entregado” os dois gols marcados pelo time praiano.

Direção omissa

Tudo o que aconteceu dentro das quatro linhas nada mais foi do que um triste reflexo de um clube que parece não ter direção. E isso não começou em 2023. No ano passado, quando o Santos terminou o Brasileirão sem técnico e sem executivo de futebol, o zagueiro Eduardo Bauermann aceitou proposta de aliciadores e foi parte de um esquema de manipulação de jogos denunciado pelo Ministério Público de Goiás, na Operação Penalidade Máxima.

O envolvimento do atleta no caso foi revelado apenas em maio deste ano, e mais uma vez incendiou os bastidores do clube. Mesmo com o Santos tomando todas as providências para proteger sua imagem, fato é que a falta de profissionais capacitados entre o elenco e o presidente, Andrés Rueda, deixou um vácuo nas relações do clube no ano passado. Tanto que um jogador se sentiu seguro para participar de um esquema criminoso.

E, em 2023, a coisa não parece tão diferente assim. Atualmente, o Santos tem Paulo Roberto Falcão como coordenador de futebol. No entanto, relatos dos bastidores afirmam que Falcão é raramente visto no dia a dia do clube. O emblemático ex-jogador não tem nenhuma proximidade com o elenco e é pouco atuante no momento de trazer contratações.

A evidente falta de comando se reflete agora também no caso dos atletas flagrados em saída de festa às 5h da madrugada. Lucas Pires e Nathan erraram, mas o erro, gravíssimo, aliás, é sintoma de um problema maior, crônico e que vem lesando o clube nos últimos anos. O Santos não vive uma crise em 2023, vive uma crise desde 2021. O Peixe se apequenou. E pode, pela primeira vez em sua história, ser rebaixado. O risco nunca foi tão real quanto agora.

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