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BRASILEIRO 2022

População de Paris ainda não saiu às ruas para comemorar vitórias francesas

Nas quartas de final, porém, país deverá se envolver em partida que terá caráter histórico

Copa do Mundo 2014|Eugenio Goussinsky, do R7

Jogadores da França comemoram gol em jogo contra a Nigéria
Jogadores da França comemoram gol em jogo contra a Nigéria

Neste momento, os habitantes de Paris parecem estar mais envolvidos com os cafés, os museus e a rotina da cidade do que com a campanha da seleção francesa na Copa do Mundo no Brasil. Na França, o torcedor costuma ser assim. Ligado à seleção de uma maneira pouco nítida, como um quadro impressionista.

Mas a relação vai surgindo com contornos mais fortes a cada passo que Les Bleus dão rumo à final. Enquanto caminhava pela bucólica Boulevard Montmartre, Emmanoel Pelege, um francês que já mora há cerca de sete anos no Brasil, testemunhou esta situação após a vitória da França sobre a Nigéria, por 2 a 0, nesta segunda-feira (30), quando já era noite na "Cidade Luz". 

— Vejo alguns torcedores com a camisa da França, mas não é algo muito numeroso. As ruas estão vazias, quase ninguém saiu para comemorar.

"Por que nós teríamos medo da Alemanha?" , diz o meia francês Pogba


Essa situação fez Pelege relembrar a trajetória francesa na Copa de 1998, quando a seleção de Zidane e cia. ficou com o histórico título, o único do país em Mundiais. Naquela ocasião, o frenesi com a conquista foi imenso, com torcedores lotando a Champs Élysées até a madrugada, contagiando o país inteiro.

—Engraçado, agora me lembro que naquela Copa também foi assim nas oitavas. A festa começou de verdade a partir das quartas, quando eliminamos a Itália nos pênaltis. Desta vez será assim também. Os franceses estão esperando as quartas para começar as comemorações.


O próprio Pelege, diretor financeiro de uma empresa de seguros, é um exemplo deste fenômeno. Ele assistiu ao jogo em Paris, mas pretende estar no Brasil para acompanhar do Maracanã a partida entre França e o vencedor do jogo entre Alemanha e Argélia.

—Estou fazendo de tudo para conseguir um ingresso e tenho muitas esperanças de que vai dar certo. Já estou preparando minha ida ao Rio de Janeiro.


Questões históricas

Na próxima fase, já que com o resultado a França chegou às quartas, Pelege acredita que a disputa atrairá o interesse do país de uma maneira ainda mais intensa do que a costumeira, pois envolverá questões históricas e políticas. Em qualquer uma das opções.

—Será um jogo contra um ex-inimigo, como é o caso da Alemanha, ou contra uma ex-colônia, se for a Argélia. Nos dois casos será uma super-partida.

No caso de o adversário ser a Argélia, outro fator curioso entrará em questão. Alguns jogadores nasceram na Argélia e se tornaram franceses, após a Guerra de Libertação da Argélia do domínio francês, ocorrida entre 1954 e 1962. Zinedine Zidane, por exemplo, é filho de argelinos.

Por coincidência, havia até um jogador chamado Zidane na seleção da Argélia que jogou na Copa de 1986. A família de Benzema também tem origem argelina. Mas Pelege não acredita que esta ligação irá atrapalhar a atuação da equipe.

—Não jogamos bem contra a Nigéria. A França poderia ter controlado o jogo muito antes dos 20 minutos do segundo tempo. Mas, de maneira geral, estamos indo bem. E qualquer equipe que jogar nas quartas pode ficar com o título. Benzema tem nacionalidade francesa, escolheu jogar pela França e não há dúvidas de que irá se esforçar por uma vitória francesa.

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