Copa reacende orgulho brasileiro fora dos campos
Time verde-amarelo, no entanto, passou vergonha e não conseguiu sequer o 3º lugar
Copa do Mundo 2014|André Avelar, do R7, no Rio
Teve Copa. Se longe do esperado pelos brasileiros dentro de campo, também não foi o caos pretendido por vândalos fora dele. Depois de 64 partidas, disputadas em 12 novos estádios, ao longo de 32 dias, a Copa do Mundo vai embora e, claro, a discussão do legado volta à tona. A competição expôs que o Brasil não é mais o país do futebol e precisa urgentemente de uma reforma administrativa. Por outro lado, reacende o orgulho de um povo que não se imaginava no mapa dos grandes eventos esportivos.
Uma das estrelas da festa de encerramento, a cantora Ivete Sangalo disse em entrevista coletiva, no Maracanã, que justamente o legado imaterial da Copa do Mundo é o mais importante.
— O Brasil não volta ao normal nesta segunda-feira. O Brasil continua sendo o Brasil. Espero que ele se transforme em todo o sempre. Com o legado físico que foi deixado pela Copa do Mundo, espero que a gente possa usufruir ao máximo. Acho que a Copa do Mundo acende uma paixão, um sentimento de amor por uma camisa, e você percebe o quão isso é importante para o país que você vive.
Técnico pediu para Goetze mostrar que é melhor que Messi antes do gol que deu Copa para Alemanha
Messi não merecia isso, diz Alejandro Sabella
Em campo, o amontoado de jogadores da Confederação Brasileira de Futebol apresentou o pior futebol dos últimos anos. Uma seleção sem condições técnica e mesmo psicológicas foi humilhada pela Alemanha (7 a 1) e também apanhou da Holanda (3 a 0), na disputa do terceiro lugar. Enquanto a indefinição sobre a sequência do técnico Luiz Felipe Scolari permanece, uma reforma mais ampla começa a ganhar força em diferentes setores.
O ministro do Esporte Aldo Rebelo chegou inclusive a sugerir uma sempre perigosa participação do Estado no futebol.
— Sempre defendi que o Estado não fosse excluído por completo do futebol. Se dependesse de mim, não teríamos tirado o Estado completamente dessa atribuição.
Faltou o hexa
Antes de a bola rolar para o título da Alemanha sobre a Argentina, a presidente Dilma Rousseff fez uma passagem simbólica da Copa do Mundo para o presidente russo Vladimir Putin e, sem querer, alfinetou a seleção brasileira.
— Nós, brasileiros, guardaremos a emoção e satisfação de ter realizado um evento muito bem sucedido, uma Copa que só não foi perfeita porque o hexacampeonato não veio.
Daqui a quatro anos, outra economia em desenvolvimento recebe a Copa do Mundo. O evento deve também aquecer as discussões culturais e de legado deixado em um lugar que, desde os Jogos Olímpicos de Inverno, havia deixado de figurar no mapa dos grandes eventos esportivos. A bola agora está com a Rússia.