Continuar jogando após golpe na cabeça foi "loucura", admite lateral uruguaio
Álvaro Pereira se recusou a sair de campo na vitória da Celeste sobre a Inglaterra
Copa do Mundo 2014|Do R7
O lateral da seleção do Uruguai Álvaro Pereira se levantou cambaleando após sofrer uma joelhada na cabeça durante a vitória do seu time por 2 x 1 contra a Inglaterra, mas sua "loucura" para continuar jogando conveceu o corpo técnico a deixá-lo voltar ao campo apesar das preocupações com sua saúde.
Pereira levou joelhada não intencional na cabeça do atacante inglês Raheem Sterling aos 15 minutos do segundo tempo e ficou estendido inconsciente sobre o gramado. Os médicos chegaram a fazer uma massagem cardíaca para tentar reanimá-lo.
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Ao se levantar, ainda tonto, Pereira empurrou com raiva o médico da seleção uruguaia que pedia sua substituição e voltou à partida.
Mesmo que o técnico tenha permitido que continuasse a jogar os últimos 30 minutos de partida e ele tenha sido elogido pelos companheiros de equipe, Pereira depois assumiu na entrevista coletiva depois da vitória uruguaia que não foi uma decisão acertada.
— Foi um momento de loucura. Pedi desculpas ao médico, sei que seu trabalho é zelar pelos jogadores. Voltei para dentro [de campo] tonto e com o corpo aquecido, não se tem consciência [do que faz]. Mas era um momento de ajudar, de conseguir o resultado. O resultado era o mais importante e foi alcançado.
O incidente levantou dúvidas sobre se a equipe técnica do Uruguai avaliou bem a gravidade da lesão do jogador.
As lesões na cabeça têm sido alvo de atenção especial no esporte nos últimos anos, e muitos críticos foram rápidos em condenar a decisão de permitir que Pereira continuasse jogando.
Em entrevista à Reuters, Taylor Twellman, ex-jogador dos Estados Unidos que sofreu cinco grandes contusões cerebrais em sua carreira e agora advoga por um maior controle do problema no futebol, foi enérgico em seus comentários
— O incidente de hoje é o tipo de coisa que acontecia muito tempo atrás, lembra a barbárie. Quando um jogador sofre uma pancada, não se sabe o que aconteceu, é muito perigoso confiar no que o jogador quer. A síndrome do segundo impacto é ainda mais perigosa. Se volta a cair, pode morrer, isso é ciência. Brinca-se com fogo, brinca-se com a vida do outro.