Conmebol detalha árbitro de vídeo já para semifinais da Libertadores
Entidade promete ‘mínima interferência, com máximo de benefício’
Futebol|André Avelar, do R7
A Conmebol detalhou na manhã desta quarta-feira (11), em São Paulo, o uso do árbitro de vídeo. A entidade confirmou o uso da tecnologia já a partir das semifinais da Copa Libertadores e na Copa Sul-Americana sob a bandeira da “mínima interferência, com o máximo de benefício”. O tempo de contrato ainda é experimental até dezembro deste anos. Os valores não foram informados.
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O sistema de Assistência Arbitral por Vídeo (Video Assistant Referee em inglês, por isso a sigla VAR) utiliza um conjunto de câmeras espalhadas pelo estádio para transmitir as imagens para uma sala de operações em que outros árbitros possam contribuir com a marcação feita ou não no campo. Nem todas as marcações, no entanto, poderão ser levadas aos árbitros de vídeo. Tampouco poderá haver o desafio.
Presidente da Comissão de Arbitragem da Conmebol, o brasileiro Wilson Luiz Seneme explicou que a base do projeto é “apoiar a arbitragem para evitar erros claros” em caráter de sugestão. A decisão final é do árbitro de campo.
“Erros e acertos vão continuar acontecendo, mas o nosso lema hoje é a transparência”, disse Seneme. “Não é modificar o jogo ou fazer política.”
As decisões que poderão ser revisadas se limitam à confirmação do gol, na marcação de pênalti, expulsão por cartão vermelho direta e confusões de identificação. O árbitro de vídeo não precisa, por exemplo, da solicitação do árbitro de campo para interferir em uma jogada. O acesso ao recurso audiovisual é independente e com controle de repetição de todas as imagens, as mesmas da televisão.
A Conmebol também se apressou em dizer que a lisura do jogo estará mantida, assim como a palavra final do árbitro. Os responsáveis pelo vídeo apenas sugerirão a revisão, mas a palavra final ainda é do que antes era chamado de “homem de preto”. O jogador que desafiar a arbitragem será punido com cartão amarelo.
A empresa responsável pelo fornecimento do árbitro de vídeo é a Mediapro. O diretor Nuno Pereira disse que o projeto está embasado no sistema de replay, na engenharia especializada, nos recursos humanos e ainda um serviço de produção de vídeos.
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“É necessário que tenhamos capacitação em engenharia para criar soluções técnicas e tirar qualquer preocupação dos nossos clientes e parceiros”, disse.
Apesar da ideia de precisão, o sistema também não está à prova de falhas. Um mau funcionamento da tecnologia, decisão errada do árbitro de vídeo ou opção por não revisar uma jogada não invalidará o lance ou até mesmo a partida. Os campeonatos nacionais, como o Brasileirão por exemplo, precisam solicitar à IFAB (Internarional Football Association Board) o uso da tecnologia e se comprometerem aos protocolos exigidos.