Com técnica, raça e equilíbrio, Fla supera Del Valle e besteira de Arão
Rubro-negro exibe talento e obediência ao técnico, compensa a expulsão do meia por pé no peito de Caicedo, bate os bons rivais por 3 a 0 e leva outra taça
Futebol|Eduardo Marini, do R7
Flamengo três, Independiente Del Valle, do Equador, zero, no Maracanã, noite de quarta-feira (26).
Flamengo campeão da Recopa 2020.
Setenta mil pagantes no estádio.
Terceiro título rubro-negro no intervalo de dez dias neste início de ano.
Uma falta bisonha Willian Arão em Caicedo, aos 19 minutos do primeiro tempo, ameaçou dificultar uma partida que o Flamengo tornava fácil com seu futebol agressivo.
Mas a equipe, uma vez mais, mostrou maturidade, dedicação, disciplina e talento para superar a adversidade e conquistar mais uma taça.
O primeiro tempo pode ser dividido em duas partes. A primeira foi até o pé no peito estúpido de Arão em Caicedo, aos 19 minutos, que gerou a expulsão do volante rubro-negro. A segunda, do cartão vermelho até o intervalo.
Após a expulsão, o Flamengo, acostumado a espremer adversários em seus campos de defesa, recuou e passou a correr atrás do Del Valle. Apesar disso, conseguiu segurar o placar até o final da primeira etapa.
O técnico Jorge Jesus pareceu se equivocar ao escolher Pedro para sair, substituído pelo volante Thiago Maia na recomposição do buraco deixado por Arão. O atacante ajudava a segurar parte da ótima equipe equatoriana na defesa, diminuindo o ímpeto das saídas adversárias.
Naquele momento, a melhor opção para sacar do time parecia ser Arrascaeta, que não jogava mal, mas cumpria uma missão tática pela esquerda sem brilho e grandes resultados objetivos. O desenrolar da partida acabaria por premiar uma vez mais, no entanto, as escolhas do português.
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O Del Valle começou o segundo tempo pressionando, como terminou o primeiro, mas o Flamengo voltou mais organizado, com Gerson, liberado pela atuação correta de Thiago Maia, movimentando-se muito entre o meio campo e o ataque. Curiosamente, passou a brilhar após a expulsão de Arão e se transformou em um dos destaques da partida, ao lado de Gabigol.
A boa atuação de Gerson foi premiada com dois gols. O primeiro veio aos 16 minutos da etapa final, após bela arrancada de Gabigol. Os dois foram os melhores da partida.
A partir do segundo gol, o rubro-negro, extremamente bem posicionado em campo, apesar da desvantagem de um jogador, passou a administrar o desespero do Del Valle à espera de uma chance para encaixar o contra-ataque mortal que definiria a partida.
E ele, o contra-ataque, de manual, veio aos 43 da etapa final.
Gabigol lançou Vitinho, que havia entrado muito bem no lugar de Arrascaeta. O atacante partiu para a área adversária e rolou para Gerson, que chutou cruzado, fez o terceiro, seu segundo na partida, e fechou a excelente atuação.
Quando Arão foi expulso, a definição do jogo a favor do Flamengo parecia questão de minutos. Tudo levava a crer que o rubro-negro garantiria o título ainda no primeiro tempo. Engano.
Mas, com tranquilidade e confiança, o time brasileiro mostrou porque tem sobrado na turma do futebol brasileiro nos últimos meses.
Com dedicação, equilíbrio e extrema aplicação tática, administrou a partida como desejou e conquistou mais uma taça. E, como vem acontecendo nos últimos meses, a noite terminou com memes da mais do que alimentada torcida rubro-negra e gritos, no Maraca, de “olê, olê, olê, Mister, Mister”. Com o ego no teto, JJ não escondeu a satisfação.
O técnico português declarou dias atrás que jamais comandou um elenco “tão amigo” quanto o rubro-negro em toda a sua carreira. Parece verdade: titulares e reservas o obedecem e executam seus comandos de maneira exemplar.
Um elenco excelente plenamente controlado e guiado por um técnico criativo e ousado.
Na indigência atual do futebol brasileiro, tinha mesmo que dar no que está dando.
Ao menos por enquanto, torcer contra é tarefa difícil.
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