Com investimentos de Textor, Botafogo é time para brigar na parte de cima no Brasileirão
Melhora no nível técnico é visível, com 12 atletas reforçando o Fogão, como Patrick de Paula, além da chegada de Luís Castro
Futebol|Pietro Otsuka, do R7
Depois de diversas campanhas decepcionantes nos últimos anos na elite do futebol nacional, o torcedor do Botafogo parece enfim empolgado para o início do Brasileirão. Em 2022, com a chegada do empresário americano John Textor, o Fogão trouxe reforços de peso, aguarda a contratação de ainda mais atletas, e promete brigar na parte de cima da tabela do campeonato nacional.
Ao todo, 12 jogadores, mais o técnico Luís Castro, desembarcaram em General Severiano depois que Textor adquiriu 90% da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do clube carioca. Chegaram Renzo Saravia, os atacantes Lucas Piazon, Erison e Vinicius Lopes, os zagueiros Klaus e Philippe Sampaio, os volantes Breno e Fabinho, além do goleiro Tomate, destaque da Copinha.
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Os mais badalados foram Victor Sá, atacante que estava no Al Jazira, por R$ 13 milhões, Luis Oyama, destaque do título da Série B do ano passado e que estava no Mirassol e, por fim, Patrick de Paula, comprado por 6 milhões de euros, o equivalente a R$ 33 milhões — a contratação mais cara da história do clube. As quantias investidas para reforçar o elenco passam um recado claro: o Botafogo não está para brincadeira.
Os benefícios da SAF
Além da evidente melhora técnica no time carioca, a SAF traz também a perspectiva de melhorar o futebol brasileiro como um todo, gerando novas receitas para os mais diferentes clubes que aderirem ao modelo, o que possibilita construir ligas mais competitivas, como explica José Francisco Manssur, um dos formuladores da SAF e especialista em Direito Desportivo.
"A SAF é uma tentativa de criar novas fontes de receitas para o futebol brasileiro melhorar de nível, conseguir reter aqui os valores que revela, ter competições com nível técnico melhor, atraindo público, atraindo audiência da TV, aumentando os valores que a TV paga, criando assim um círculo virtuoso", analisa Manssur.
Fora os investimentos milionários para melhorar o elenco, John Textor também terá papel fundamental para o pagamento da dívida do Botafogo, que está na casa de R$ 1 bilhão. Segundo Manssur, a SAF cria mecanismos de reestruturação de dívidas anteriores dos clubes, e até dá a possibilidade da agremiação pedir a recuperação judicial, como pediu Ronaldo no acordo feito com o Cruzeiro.
"Esses mecanismos por si são elementos que estimulam o clube a redefinir suas dívidas, redefinir prazos, criar planos de pagamentos responsáveis, ou até mesmo pedir a recuperação judicial. Além do mais, é claro que a entrada de novos recursos, se bem aplicados, incorporados junto com o sistema de governancia, de responsabilidade fiscal, culturalmente, e até por obrigação, dá muito mais condição de fazer com que os clubes se reequilibrem financeiramente, se comparados com uma associação, em que os processos são evidentemente políticos", avalia Manssur.
"Então, para além da possibilidade de recursos novos, de utilizar esses novos mecanismos para pagamento de dívidas, a SAF tem uma mudança cultural importante para servir como instrumento que, se bem utilizado, porque não é fórmula mágica, de alguma forma trazer uma perspectiva de solução para algumas dívidas de clubes", completa o advogado.
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