Com Ancelotti, saiba o que esperar da nova seleção brasileira em sete pontos
Italiano assume o comando com a missão de retomar o protagonismo mundial do Brasil com estilo, resultados e diplomacia
Futebol|Do R7

Carlo Ancelotti é oficialmente o novo técnico da seleção brasileira. O treinador mais vitorioso da história da Liga dos Campeões assume o cargo com um contrato até o fim da Copa do Mundo de 2026.
Aos 65 anos, o italiano desembarca com a missão de recolocar o Brasil no topo do futebol mundial, após duas décadas de frustrações em Copas, e promete não apenas resultados, mas também um estilo de jogo que resgata a essência ofensiva do futebol brasileiro.
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Elencamos, abaixo, sete aspectos para ficar de olho com a contratação de Ancelotti no comando da seleção:
Mudança que quebra tabu
A chegada de Ancelotti marca uma ruptura simbólica e histórica. Ele será o primeiro europeu a comandar o Brasil numa Copa do Mundo e o quarto estrangeiro a treinar a seleção desde a fundação, mas o primeiro a fazê-lo com efetiva autonomia e um projeto de médio prazo. A contratação indica que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) está disposta a desafiar tabus para vencer novamente — especialmente o tabu de ser superada por seleções europeias nas últimas cinco edições do torneio.
Ganhador de títulos
Ancelotti traz consigo um currículo irretocável. É o único técnico campeão das cinco principais ligas da Europa (Itália, Inglaterra, França, Alemanha e Espanha) e já levantou cinco troféus da Champions League como treinador. Sua experiência no mais alto nível de competitividade mundial é o grande trunfo para uma seleção que, desde 2002, não consegue quebrar o jejum em Copas. Aliás, se tem alguém que sabe como vencer os europeus, é Carlo Ancelotti.
Taticamente pragmático
Taticamente, espera-se uma seleção mais equilibrada. Dono de um estilo adaptável e pragmático, Ancelotti sabe como conciliar organização defensiva com liberdade ofensiva — uma fórmula que favorece o perfil do elenco brasileiro. Seus times costumam jogar no 4-3-3, com transições rápidas, pressão no campo adversário e domínio do meio-campo, permitindo que talentos como Vini Jr., Rodrygo e Endrick se destaquem com liberdade criativa, mas dentro de um sistema funcional e coeso.
Se dá bem com brasileiros
A boa relação com os brasileiros que já treinou no Real Madrid é outro ativo. Vinicius Jr., um dos nomes mais importantes da nova geração, “adora trabalhar com Ancelotti”, segundo fontes próximas à CBF. Além dele, Rodrygo, Éder Militão e Casemiro conhecem bem o técnico, o que pode acelerar o processo de adaptação. Isso garante um ponto de partida de harmonia no vestiário — algo que faltou nas últimas gestões.
Sossegado no trato
Outro diferencial de Ancelotti é a serenidade. Conhecido pela postura calma, o italiano tem o respeito dos vestiários que comanda, mas sem recorrer à tensão ou autoritarismo. Essa postura pode ajudar a seleção a lidar com a pressão e as expectativas, especialmente em fases decisivas de torneios, onde o emocional já cobrou caro em outras campanhas.
Não deve viver no Brasil
Apesar do entusiasmo, nem tudo é certeza. Um ponto ainda indefinido — e potencialmente polêmico — é o local onde Ancelotti viverá durante a passagem pela seleção. Até o momento, não há confirmação de que o treinador fixará residência no Brasil. Essa possível distância pode ser um entrave para acompanhar de perto o futebol local, especialmente os jogadores que atuam fora do eixo europeu e que ainda são pouco conhecidos pelo técnico.
Vai sofrer críticas de ‘puristas’
Essa questão logística, aliada ao histórico de resistência a estrangeiros no comando da seleção, poderá servir de munição para críticas internas — especialmente se os resultados demorarem a aparecer. Há setores conservadores na crônica esportiva e na comissão técnica brasileira que não escondem o desejo de ver um técnico nacional à frente do time. Neste sentido, o italiano inicia sua trajetória com muito prestígio, mas pouca margem para erro.
Ainda assim, o momento é de aposta alta. Ancelotti estreia já na próxima Data Fifa, em junho, com jogos contra Equador e Paraguai pelas Eliminatórias da Copa. A CBF vê no italiano não apenas um treinador experiente, mas um símbolo de modernização e ousadia. O presidente Ednaldo Rodrigues foi categórico. “Estamos determinados a recuperar o lugar mais alto do pódio. Ele é o maior técnico da história e, agora, está à frente da maior seleção do planeta”, afirmou.