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BRASILEIRO 2022

Clubes europeus "pobres" surpreendem na temporada

Equipes como Atlético de Madri e Liverpool podem inspirar times médios e grandes no Brasileirão

Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7

O Atlético de Madri, de Diego Costa e Filipe Luís, e o Liverpool podem ser campeões sem tantos medalhões
O Atlético de Madri, de Diego Costa e Filipe Luís, e o Liverpool podem ser campeões sem tantos medalhões

A temporada europeia neste início de ano tem revelado um dado supreendente: equipes com investimentos bem menores do que os mais badalados times da Europa têm obtido resultados dentro de campo, podendo conquistar títulos importantes. Os melhores exemplos são o do Atlético de Madri e o do Liverpool que, respectivamente, podem faturar a Liga dos Campeões e a Premier League, da Inglaterra. Qual o segredo destas agremiações para, dentro de campo, se nivelarem às maiores potências do futebol mundial?

"O dinheiro é importante, as receitas também. Mas o futebol tem mostrado que é possível montar times competitivos pagando altos salários para apenas alguns jogadores", diz Amir Sommogi, consultor de marketing e gestão desportiva.

Para ele, no entanto, essas campanhas não se sustentam se não houver fôlego financeiro e uma maior fonte de receitas, como acontece com as equipes mais ricas, que também têm dívidas, mas faturam muito mais. "Dificilmente estas equipes serão campeãs todos os anos. Na Espanha, por exemplo, se costuma diser que, normalmente, quando Real Madrid e Barcelona não estão bem, o título acaba ficando com equipes como Valencia e Atlético de Madrid".

O que Sommoggi quis dizer é que, na verdade, estas equipes passam por dificuldades econômicas. A dívida do Atlético de Madri, por exemplo, está em torno de 514 milhões de euros (cerca de R$ 1,6 bilhão). A do Liverpool gira em torno de 439 milhões de euros (cerca de R$ 1,3 bilhão). E o faturamento de ambos é de 108 milhões de euros (cerca de R$ 330 milhões) e 233 milhões de euros (cerca de R$ 700 milhões).


A solução encontrada pelos dirigentes do Atlético de Madri, uma empresa de caráter familiar, administrada pela família do ex-presidente Jesus Gil e Gil (morto em 2004), foi se aliar ao empresário português Jorge Mendes. Ele ajudou a trazer alguns bons jogadores, por um custo não tão alto, e negociar algumas estrelas para fazer caixa, como o atacante Falcão Garcia, cujos direitos foram transferidos ao Monaco, em 2013, por mais de 45 milhões de euros (cerca de R$ 135 milhões). O clube "colchonero" também expandiu suas fronteiras, abrindo uma franquia na India (o Atlético Madrid Calcutá) e recebendo patrocínio do governo do Azerbaijão, que estampou o nome do país na camisa da agremiação.

Já o Liverpool, empresa pertencente a um grupo americano, está próximo de, depois de 24 anos, conquistar um título da principal competição da Inglaterra. Para tanto, apostou em um técnico pouco conhecido, Brendan Rodgers e numa equipe versátil, cuja principal estrela é o atacante uruguaio Luis Suárez, considerado o melhor jogador da temporada. Sommoggi considera que o Brasil ainda está atrás da Europa na questão de gestão desportiva equilibrada.


"Títulos não garantem a saúde financeira de um clube. No Brasil, clubes grandes investem muito arriscam demais e, mesmo sendo campeões, não têm retorno financeiro adequado", observa. Segundo ele, em outra proporção, isto vale para os clubes médios também.

Segundo ele, os presidentes dos clubes pensam mais na questão política, jogam despesas para as próximas gestões, fazem maus negócios porque não estão preocupados com o equilíbrio financeiro e sim em entrar para a história com as conquistas. "Na Europa isso também existe, mas em menor grau. Os clubes que não são empresas, como Real Madrid e Barcelona, têm uma filosofia que respeita mais a tradição da instituição e sabem que a saúde financeira é um quesito importante".

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