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Clubes europeus dependem cada vez mais de fundos de investimento

Com gastos altos e necessidade de manter jogadores caros, investidores aparecem como fonte de recursos na pandemia

Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7

Liverpool é controlado por grupo financeiro
Liverpool é controlado por grupo financeiro Liverpool é controlado por grupo financeiro

O hoje diretor-esportivo do Paris Saint-Germain, Leonardo, no início dos anos 2000, quando era gestor do Milan, afirmou que o futebol é, em sua essência, deficitário. Naquela ocasião, a Europa ainda não havia atingido uma diferença discrepante em relação a outros centros, mas, mesmo com uma maior injeção de capital e o aumento das cifras, essa premissa continuou sendo verdadeira. Até hoje.

O que leva um clube muitas vezes a gastar o que não tem, agora fiscalizado na Europa por leis como a do Fair Play, é a manutenção da expectativa de seu torcedor, hoje consumidor, e de seu escudo, hoje sua marca.

Nem esses conceitos, no entanto, têm sido suficientes e, para não falirem de vez, muitos clubes, ou marcas, têm buscado algo mais do que se tornar empresas. Têm buscado empresas, ou fundos, que as administrem.

E a participação de privates equities (tipo de investimento feito em empresas ou entidades que já tenham faturamento e capacidade de crescimento) no mercado do futebol europeu tem crescido nos últimos anos, primeiro como alternativa ao déficit, e depois como alternativa à pandemia, que gerou ainda mais déficits.

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O FSG (Grupo Fenway), proprietário do Liverpool FC, e dos Boston Red Sox (beisebol), é o melhor exemplo disso neste momento. Semanas depois de o grupo ter conseguido um aumento de capital de 750 milhões de dólares (643 milhões), o jornal A Bola destacou que há agora o interesse do FSG em adquirir mais clubes, tendo se preparado para novos investimentos.

Os US$ 750 milhões chegaram por meio da incorporação do fundo RedBird Capital Partners e de investimento de LeBron James como acionista.

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Para o consultor Pedro Oliveira, mestre em Administração e Finanças pela Fundação Getúlio Vargas e cofundador da consultoria OutField, os clubes europeus têm um enorme desafio pela frente.

Entidades gigantes como o Real Madrid, o Barcelona, o Manchester United e a Juventus, por exemplo, necessitam de visibilidade e de pontos de atração para investimentos. Além de títulos, é claro. E esse padrão só é mantido com a presença de estrelas no elenco. É preciso, portanto, gastar.

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Mas as fontes de receita precisam de um suporte estável, mais presente em fundos de investimentos, que acabam fazendo a gestão da equipe, não propriamente pelo lucro, mas pela importância de ter no futebol um instrumento para penetrar em mercados e sociedades de diferentes países.

"Alguns clubes têm feito esse movimento de trabalhar com investidores, como fundos de private equity ou venda total de ativos para investmentos estratégicos (que alocam verbas a longo prazo) ou não estratégicos", afirma Oliveira.

Ele cita também o City Football Group, um dos grandes conglomerados futebolísticos, proprietários de clubes como o Manchester City e o New York City, vendeu no ano passado 10% da operação para um fundo de private equity americano Silver Lake, por cerca de US$ 500 milhões.

"Movimentos nesse sentido no mercado global estão ocorrendo e cada vez mais o futebol europeu começa a ser olhado por investidores institucionais como um ativo relevante, inclusive para os clubes neste momento", diz.

Desta forma, o dinheiro chega como se o clube tivesse um administrador terceirizado que, na verdade, é o seu proprietário.

Essas fontes alternativas de captação de recursos acabam sendo importantes para conseguir suprir essa diminuição de receita, com injeção de capital de outras linhas e fontes, para que se consiga manter elevado investimento em jogador, em capacidade competitiva e assim por diante", completa Oliveira.

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