CBF só terá eleição com afastamento definitivo de Caboclo
Entidade corre risco de entrar em impasse caso ele retorne após 30 dias; estatuto prevê os oito vices como possíveis candidatos
Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7

O afastamento de Rogério Caboclo da presidência da CBF, por 30 dias, pode levar a entidade a um impasse. E, para que isso sejá evitado, a tendência é que, depois deste mês, Caboclo seja afastado definitivamente da presidência da entidade.
Até lá, o substituto será o vice-presidente mais velho, Antônio Carlos Nunes de Lima, o coronel Nunes, de 82 anos, que por 20 anos presidiu a federação estatual do Pará.
O impasse ficaria por conta da manutenção de um presidente acusado de assédio sexual e moral, o que o deixaria fragilizado até o fim de seu mandato, em 2023. Somente com sua saída, o coronel Nunes poderá convocar uma nova eleição.
E, em casos de vacância no poder, o estatuto da CBF prevê que os candidatos só poderão ser os oito vice-presidentes da entidade, que terminariam o mandato, segundo o estatuto.
Neste caso, estariam aptos a assumir o cargo, além do coronel Nunes: Antônio Aquino, de 74 anos (Acre); Castellar Modesto Neto, 38 anos (Minas Gerais); Ednaldo Rodrigues (Bahia); Fernando Sarney, 65 anos (Maranhão); Francisco Noveletto, 66 anos (Rio Grande do Sul); Marcus Vicente, 67 anos (Espírito Santo) e Gustavo Dantas Feijó, 52 anos (Alagoas).
Nova eleição geral, teoricamente aberta a outras candidaturas, só poderia ocorrer a partir de abril de 2022. Mesmo assim, com a mudança de estatuto da CBF, ela inviabiliza o acesso de candidatos independentes e dificulta muito para opositores.
Isto porque qualquer canditato necessita do apoio formal de pelo menos oito clubes e cinco federações estaduais para disputar a eleição, cujo colégio eleitoral é composto pelas 27 federações (com voto com peso 3); 20 clubes da Série A (com voto com peso 2) e 20 clubes da Série B (com voto com peso 1). Na última eleição, realizada em 2018, Caboclo foi o candidato único.
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A seleção brasileira sempre foi motivo de orgulho do Brasil, desde que entrou em campo pela primeira vez, em 1914. Mas, tal como uma mina de pedras preciosas em um garimpo, ela sempre foi uma fonte de polêmicas entre vários dirigentes da entidade por ela responsável: até 1979 a CBD (fundada em 8 de junho de 1914) e, desde então, a CBF que, neste domingo (6), teve seu presidente, Rogério Caboclo, afastado por um período de 30 dias, após ser acusado de assédio moral e sexual Veja também: Rogério Caboclo é afastado do comando da CBF após denúncia de assédio