Candidato, Ezabella quer negociação 'dura' por dívida do Corinthians
Candidato da chapa 'Movimento Corinthians Grande' pretende fazer da arena palco de shows menores, além de estreitar vínculo entre base e profissional
Futebol|Cesar Sacheto, do R7
Felipe Ezabella, 39 anos, é advogado, doutor pela Universidade de São Paulo e especialista em Administração Esportiva pela FGV/SP. É o cabeça de chapa do “Movimento Corinthians Grande”. Entre 2007 e 2009, foi vice-presidente de Esportes Terrestres.
Como conselheiro, foi eleito para dois mandatos consecutivos (2007/2012 e 2012/2015) e se tornou secretário-geral do Conselho de Orientação Fiscal na segunda gestão.
Ezabella tem como meta principal resolver o imbróglio do estádio por meio de uma negociação “dura, mas amigável”, uma forma de tirar a Odebrecht do negócio e utilizar os R$ 420 milhões em Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs) da Prefeitura de São Paulo que o clube possui, além da utilização da arena para de shows de menor porte, sem concorrência com o Morumbi ou o Allianz Parque.
Confira as ideias do candidato sobre alguns dos temas mais importantes na gestão do Corinthians:
"Enfrentar, negociar com a Caixa, a Odebrecht. Existem muitas coisas que a Odebrecht não construiu. Cerca de R$ 200 milhões em obras não foram realizadas ou foram mal feitas. Queremos utilizar as CIDs [R$ 420 milhões], negociar para reduzir o valor total. Temos a obrigação moral de pagar o financiamento com a Caixa e o BNDES. Mas precisamos negociar."
"A propriedade dos naming rights é muito importante, mas é nova no Brasil. O assunto foi usado politicamente. Falou-se em R$ 820 milhões, sendo que 420 seriam pagos com CIDs e outroso 400 com naming rights (20 milhões por ano em 20 anos). No entanto, quem hoje pagaria esse valor sem saber das contas do estádio, dívidas que não são divulgadas? É possível comercializar, mas temos que abaixar os valores e o prazo. E termos credibilidade."
"A gente pensa em mudanças pontuais. Tem que ter um pouco de cuidado. Nada radical nem drástico. Em relação ao time, não é preciso mudar. Gosto do trabalho do Fábio Carille e do Alessandro [Nunes, gerente de futebol]. Falta gente, talvez mais um gerente ou coordenador para ajudar o Alessandro."
"Identificar estudos com a Universidade do futebol. Nos últimos dez anos, com a cultura de jogo [Mano, Tite e Carille] foi vencedora. Nas vezes em que fugimos, com Oswaldo de Oliveira e Cristóvão Borges, desandamos. Temos que seguir essa linha. A contratação de jogadores é complexa, precisa de análise de desempenho, perfil e questões financeiras. Tem que ser um tiro certeiro. Não podemos errar."
"Em um primeiro momento, criar um vínculo maior entre a base e o profissional. Falta essa ligação. Depois, precisamos terminar o CT, tirar o departamento de base do clube, fazer um ao lado do elenco profissional, um CT de excelência. Na gestão do Roberto de Andrade, a base teve três diretores em três anos. Precisamos estudar o que houve para mudar aos poucos."
"Alguns esportes o clube tem que ter. O futsal, por exemplo, é histórico. Os garotos querem jogar. E o marketing vai ter que correr atrás de patrocínio. Também precisamos usar mais a Lei de Incentivo ao Esporte, como Flamengo, Pinheiros e Minas Tênis já fazem e muito bem. Gosto do modelo feito no vôlei, em Guarulhos. Tem muita identificação com o clube."