Campeonato de várzea movimentou mais público que o Carioca 2018
Em números totais, Super Copa Pioneer, realizada no extremo sul paulistano, teve 417.000 espectadores; 9.000 estiveram presentes somente na final
Futebol|Cesar Sacheto e Guilherme Padin, do R7
Parte viva do esporte em São Paulo, o futebol de várzea surgiu no início do século passado e, até hoje, movimenta milhares de pessoas todos os fins de semana na capital paulista. A importância para a cidade é tanta que, em 2018, a Super Copa Pioneer — um dos torneios de maior prestígio na atualidade — teve mais espectadores que o Campeonato Carioca.
Se o futebol profissional no Rio de Janeiro, dos populares Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense e Botafogo, já viveu tempos de glória em outras décadas, as temporadas recentes mostram uma queda acentuada do esporte no estado: estádios vazios, rendas inexpressivas e desinteresse geral pela competição.
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Desde 2013, as médias de público do Carioca não ultrapassam os 5.000 pagantes. Neste ano, somados, pouco mais de 379 mil espectadores acompanharam a competição em 96 partidas disputadas, totalizando uma média de 3.995.
Enquanto isso, a Super Copa Pioneer, também conhecida como a "Liga dos Campeões da Várzea", vive ascensão no seu terceiro ano de existência.
Segundo seus organizadores, a edição de 2018 do torneio teve cerca de 417 mil espectadores em seus 196 jogos — média de 2.127 pessoas a cada confronto.
Em total de pessoas, o número de espectadores da “Champions League varzeana” é superado por apenas duas competições estaduais no Brasil: o Paulistão, com 1.097.698 pagantes em 121 jogos, e o Campeonato Mineiro, com 497.228 em 76 partidas.
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Final teve público maior que grandes times do Brasileirão
No auge de organização e público, a Super Copa Pioneer, que conta com duas sedes, teve a final de 2018 disputada no estádio do Água Santa, em Diadema.
A decisão entre Mocidade e Pau no Gato levou 9.000 pessoas à arena no sul de Diadema. No entanto, Sérgio ‘Pioneer’, organizador da competição, relata que uma parcela do público não pôde entrar.
“Foram 9.000 dentro do estádio e mais 2.000 que estiveram lá mas não puderam entrar porque os lugares no estádio já estavam esgotados”, afirma ele.
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Em comparação aos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, a final da Super Copa Pioneer fica à frente de equipes tradicionais do país em 26 jogos.
O Santos, por exemplo, teve público inferior a 9.000 pagantes em cinco partidas de dez como mandante no Brasileirão. O Vasco, por sua vez, é superado em oito de 11 jogos. Já o Fluminense não ultrapassou a marca da decisão da Pioneer em quatro de dez confrontos.
O recorde negativo entre os grandes clubes do Brasil fica para o Botafogo: o Glorioso teve público abaixo dos 9.000 pagantes em nove de dez jogos que fez em casa no Nacional de 2018.
Para quem compareceu à decisão, não houve valor cobrado nos ingressos, conta Sérgio. “Não era obrigatório, mas pedimos um quilo de alimentos para quem foi. Mesmo podendo entrar de graça, o público levou quatro toneladas [de alimento]. Doamos tudo para instituições de caridade”, frisa.
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