Brasileirão é o sexto campeonato mais disputado do mundo, diz empresa
Clubes nacionais se destacam no Mundial, e índice de equilíbrio entre times impressiona especialistas
Futebol|Do R7

O Brasileirão é o sexto campeonato nacional mais disputado do mundo, segundo a empresa Twenty First Group. O torneio chama a atenção pela pouca diferença de desempenho que há entre seus participantes.
O sucesso dos clubes brasileiros no Mundial de Clubes da Fifa reacendeu o debate sobre a força das principais ligas de futebol do planeta. Com atuações de destaque e resultados surpreendentes, times da Série A do Campeonato Brasileiro chamaram atenção não apenas pela qualidade técnica, mas também pelo equilíbrio entre as equipes, segundo análise de especialistas reunidos pela entidade máxima do futebol.
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O torneio, que neste ano ganhou nova formatação e atraiu olhares globais, está sendo acompanhado de perto por um grupo técnico especial da Fifa, liderado por Arsène Wenger. Ex-jogadores, técnicos e analistas como Esteban Cambiasso, Jürgen Klinsmann e Gilberto Silva compõem o painel responsável por decifrar tendências e avaliar o nível dos clubes em campo.
Segundo Wenger, o novo Mundial já apresenta equilíbrio acima do esperado. “Queríamos criar uma competição onde grandes clubes do mundo todo tivessem oportunidade. Parece que é o começo de algo que nunca mais irá parar”, afirmou o dirigente. O balanço parcial da Fifa reforçou a ideia de que o futebol de alto nível está espalhado por todos os continentes.
Entre os destaques, vitórias como a do Botafogo sobre o Paris Saint-Germain e do Flamengo sobre o Chelsea surpreenderam o público europeu. O Fluminense, por sua vez, venceu a Inter de Milão nas oitavas e superou o Al- Hilal nas quartas, tornando-se o único não-europeu nas semifinais da competição.
O impacto dessas campanhas vai além do simples resultado em campo. Segundo Aurel Nazmiu, cientista de dados da empresa Twenty First Group, que monitora e classifica ligas e clubes mundialmente, a Série A do Brasil é hoje a sexta liga mais forte do planeta. Essa classificação leva em conta não só a força dos melhores times, mas a proximidade técnica entre eles e os clubes da parte inferior da tabela.
De acordo com a Twenty First Group, o Brasileirão se destaca por ter uma das menores diferenças de desempenho entre os clubes da primeira divisão. Enquanto Palmeiras e Flamengo lideram os rankings internos, equipes como o Juventude não ficam tão distantes em termos de rendimento, o que comprova o alto grau de competitividade da liga nacional.
O estudo compara o chamado “desvio padrão” entre os elencos, métrica que mede o grau de variação das equipes. Em termos de equilíbrio, a Série A brasileira só fica atrás da MLS (Estados Unidos), onde o teto salarial impõe ainda mais paridade. Em contrapartida, ligas como a da Arábia Saudita apresentam enormes disparidades: o Al-Hilal, por exemplo, está 132 posições acima do segundo melhor time saudita em rankings globais.
Especialistas alertam que grandes resultados pontuais — como a vitória do Al-Hilal sobre o Manchester City — não garantem que toda a liga seja forte, já que em vários campeonatos há enorme diferença entre os principais clubes e o restante. Casos como PSG na França e Bayern de Munique na Alemanha ilustram essa desigualdade até mesmo na Europa.
O sucesso brasileiro no Mundial, no entanto, é visto como reflexo de um campeonato que privilegia o equilíbrio. “As performances dos nossos quatro representantes comprovam a qualidade do futebol brasileiro”, destaca Nazmiu.
Apesar de elogiar a emoção e o nível técnico do torneio, o texto da Fifa adverte que é precipitado usar apenas os resultados do Mundial como termômetro definitivo da força de uma liga. Fatores como distribuição de receitas, infraestrutura e política de contratações também interferem no cenário.
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