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BRASILEIRO 2022

Autoridades da Indonésia corrigem para 125 as vítimas em jogo de futebol

Torcida invadiu o campo e entrou em confronto com a polícia; número de feridos foi elevado para 323

Futebol|Do R7

Torcedores invadiram campo de futebol e entraram em confronto com a polícia
Torcedores invadiram campo de futebol e entraram em confronto com a polícia

Ao menos 125 pessoas morreram no sábado à noite em um estádio da Indonésia depois que torcedores enfurecidos invadiram o gramado e a polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo, o que provocou um grande tumulto, anunciaram as autoridades neste domingo após uma revisão do balanço de vítimas.

A tragédia, que aconteceu na cidade de Malang, no leste do país, também deixou dezenas de feridos e é uma das maiores já registradas na história em um estádio de futebol.

As autoridades revisaram e reduziram o número de mortos de 174 para 125, explicando que algumas vítimas haviam sido contabilizadas mais de uma vez.

"O balanço no momento é de 125 mortos. Cento e vinte e quatro corpos foram identificados, falta identificar um. Alguns nomes foram registrados duas vezes porque algumas pessoas foram levadas para outros hospitais e tiveram os nomes incluídos duas vezes", afirmou o vice-governador da província de Java Oriental, Emil Dardak.


Torcedores do Arema FC invadiram o gramado do estádio Karnjurhan depois que o time perdeu por 3 a 2 para o Persebaya Surabaya, a primeira derrota para o rival em mais de duas décadas.

A polícia tentou convencer os torcedores a retornar para as arquibancadas e usou gás lacrimogêneo após a morte de dois agentes.


Muitas vítimas morreram pisoteadas ou asfixiadas, de acordo com as autoridades.

Pânico

Várias pessoas afirmaram que os torcedores em pânico se aglomeraram quando o gás lacrimogêneo foi disparado em sua direção.


"Os policiais dispararam gás lacrimogêneo e automaticamente as pessoas correram para tentar sair, empurrando umas às outras, e isto provocou muitas vítimas", declarou à AFP Doni, um torcedor de 43 anos que não revelou o sobrenome.

O presidente indonésio, Joko Widodo, ordenou neste domingo uma revisão das normas de segurança nos estádios após a tragédia.

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Em uma mensagem na televisão, Widodo ordenou ao ministro dos Esportes e da Juventude, à polícia e à confederação de futebol que façam uma "avaliação profunda das partidas de futebol e dos protocolos de segurança".

O diretor de um hospital afirmou que entre as vítimas está uma criança de cinco anos.

A Anistia Internacional pediu uma investigação sobre o uso do gás lacrimogêneo em um espaço fechado.

"O gás lacrimogêneo só deve ser utilizado para dispersar multidões quando há violência generalizada ou quando outros métodos falharam. É necessário advertir as pessoas que o gás lacrimogêneo será utilizados para permitir a dispersão", afirmou em um comunicado.

- Violência persistente nos estádios -

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram pessoas ofendendo os policiais, que se protegem com escudos.

O estádio tem capacidade para 42.000 pessoas e, segundo as autoridades, estava lotado. A polícia informou que quase 3.000 pessoas invadiram o gramado.

Veículos incendiados, incluindo um caminhão da polícia, permaneciam do lado de fora do estádio neste domingo.

O ministro dos Esportes e da Juventude, Zainudin Amali pediu desculpas e prometeu que o governo vai investigar as circunstâncias da tragédia.

"Lamentamos o incidente (...) que prejudica nosso futebol no momento em que os torcedores podem frequentar o estádio para acompanhar as partidas", declarou.

A Associação de Futebol da Indonésia (PSSI) suspendeu as partidas de futebol por uma semana, proibiu o Arema FC de receber partidas em seu estádio pelo restante da temporada e anunciou que enviará investigadores a Malang para determinar as causas da tragédia.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, afirmou em um comunicado que esta é uma "tragédia além do inimaginável".

"O mundo do futebol está comovido com os trágicos incidentes na Indonésia", disse Infantino sobre "um dia sombrio para todos os que amam o futebol".

O dirigente suíço enviou "profundas condolências às famílias e amigos das vítimas".

O presidente da Confederação Asiática de Futebol, Salman bin Ibrahim al Khalifa, afirmou que está "profundamente comovido e triste com as notícias trágicas da Indonésia, um país que ama o futebol".

A Indonésia deve receber o Mundial Sub-20 da Fifa em maio de 2023 em seis estádios do país. O de Malang não está incluído no torneio.

A violência entre torcedores é um grande problema na Indonésia, onde as fortes rivalidades provocaram vários confrontos mortais.

Algumas partidas são tão acirradas que os jogadores das principais equipes precisam viajar para os jogos sob forte esquema de segurança.

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