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BRASILEIRO 2022

As lições que as SAFs brasileiras podem tirar do caso Manchester City 

Clube inglês é acusado de infringir mais de 100 regras de Fair Play Financeiro, e movimento similar pode ocorrer no Brasil em breve

Futebol|Do R7

Manchester City pode sofrer punições que vão desde a perda de pontos até exclusão da liga
Manchester City pode sofrer punições que vão desde a perda de pontos até exclusão da liga

Acusado de infringir mais de 100 vezes as regras de Fair Play Financeiro da Premier League, que organiza o campeonato inglês, o Manchester City pode ser usado como exemplo nessa onda de SAFs que tomaram conta do futebol brasileiro nos últimos anos.

Para o economista esportivo Cesar Grafietti, especialista no assunto ouvido pela Betway, "trata-se de uma jogada da liga para mostrar que pode controlar as finanças dos clubes sem precisar de um órgão externo".

Essa não é a primeira vez que o Manchester City se vê em problemas com as regras de Fair Play Financeiro. Em 2020, o clube chegou a ser condenado pela Uefa, mas conseguiu reverter a pena depois de levar o caso para a Corte Arbitral do Esporte. Desta vez, o caso foi entregue a uma comissão independente e, se for considerado culpado, o Manchester City pode sofrer punições severas, que vão desde a perda de pontos até a exclusão da Premier League. O veredito, porém, só deve sair em 2024. 

Apesar dos temores de torcedores do City, Grafietti não acredita em uma sanção pesada. "Essa retomada do caso City foi no momento em que o governo tenta mudar o futebol do país, criando um órgão regulador externo e aumentado a participação dos torcedores. Para


mim, parece ser algo político. Não há outro motivo para essa investigação ser reaberta agora", analisa. 

Acusações

Entre as mais de 100 infrações, duas acusações são mais sérias e podem levar a punições. A primeira é a de que o clube não foi transparente ao declarar as receitas, pois teriam sido inflacionadas, para assim permitir que os gastos fossem maiores, principalmente para contratar jogadores.


“Em relação às receitas, são dois pontos. Primeiro, receitas com partes relacionadas, com donos que aplicam dinheiro muito maior do que o clube poderia receber. Seria uma espécie de doping financeiro. O segundo ponto é ter receitas muito maiores do que o mercado pratica. Mais uma forma de turbinar a capacidade financeira do clube. O City alega que os contratos de publicidade estavam dentro do mercado e que os patrocinadores não são relacionados, não fazem parte do grande grupo de Abu Dhabi que são donos do clube. É difícil você conseguir provar que o clube está errado do ponto de vista legal, contábil e financeiro”, afirma o economista.

Outro ponto levantado pela Premier League é que o Manchester City não teria detalhado corretamente o pagamento ao técnico italiano Roberto Mancini, entre 2009 e 2013. Ele recebia uma parte do salário diretamente do Manchester City e a outra parte de uma empresa terceirizada. Para Cesar Grafietti, mais uma vez, é difícil comprovar que houve infração, já que é normal que um atleta ou treinador venda a imagem a outra empresa, arrecadando dinheiro dessa forma.


O Brasil e as SAFs

Para o economista, algo parecido como o que ocorre com o City pode acontecer no Brasil. Ele elogia a Lei das SAFs, que já completou um ano de vida, mas afirma que a questão fiscal ainda não está clara.

“Os clubes têm dívidas fiscais, trabalhistas e cíveis. A lei deu aos clubes a possibilidade de pagar as dívidas trabalhistas e cíveis em até dez anos. Mas ela não tratou das dívidas fiscais. E, como ela tira todas as receitas da associação, a associação fica sem dinheiro para pagar essas dívidas fiscais. Em algum momento isso terá de ser pago, mas ninguém sabe como nem quando”, diz o especialista. 

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